sábado, 5 de novembro de 2011

O IDH E SEUS SEGREDOS

Rodolfo Juarez
A ONU anunciou para todo o mundo o IDH, Índice de Desenvolvimento Humano, para os seus estados-membros e também para os poucos países que não fazem parte daquela organização.
Apesar das críticas que a apuração desses índices reflete, ainda é muito forte o reflexo das divulgações sobre a qualidade do desempenho do país em um determinado espaço de tempo.
Basta considerar os cumprimentos que a presidente Dilma Rousseff recebeu na França, onde estava para a reunião dos 20 países com economias mais forte do mundo e que representam quase 90% do PIB mundial.
Sair da posição 85 e chegar à posição 84 serviu para os nossos vizinhos uruguaios, argentinos e chilenos de um alento de que, com essa velocidade, as suas posições no ranking do IDH não estarão ameaçadas pelos brasileiros pelo menos neste século.
É inacreditável a resistência dos brasileiros.
Para sair da posição 85 e chegar à posição 84 o que mais pesou foi a longevidade, ou seja, a expectativa de vida que o brasileiro tem ao nascer. Nada de extraordinário se for considerada a garra desse povo que, mesmo contra as desvantagens características, avança vencendo situações inacreditavelmente difíceis.
Mesmo assim ainda é muito triste ver constatada a diferença dos IDHs entre os Estados brasileiros que tem um profundo fosso para ser vencido e aproximar um do outro, alguns até em regiões bem próximas.
Os nortistas e os nordestinos continuam sendo o lado mais sofrido do Brasil que tem dirigentes que teimam em colocar a culpa em agentes excepcionais que nada tem a ver com a realidade, mas tudo tem a ver com o desenvolvimento que sempre é protelado para essas duas regiões.
As dificuldades para os nortistas e para os nordestinos sempre são muito maiores e mais demoradas do que para qualquer outro regional brasileiro.
A parte do Brasil que fica próxima dos trópicos, além de contar com um clima naturalmente mais ameno, ainda conta com a proteção dos mandatários; os nortistas e os nordestinos têm que continuar enfrentando as mesmas dificuldades enquanto não forem sanadas todas aquelas dos irmãos que habitam a área tropical do País.
Também, do lado de cima, principalmente aqui por perto do Equador, não tem ninguém suficientemente forte que possa dar um grito e ser ouvido. A maioria deles está treinada para bater palmas, elogiar e agradecer pelas migalhas que caem, por acaso ou descuido, para o lado daqui.
Mas se a população do Norte e do Nordeste não conta com a competência dos seus dirigentes, conta com a proteção de Deus. O Pai de todos nós faz tempo, mandou avisar que dá o cobertor conforme o frio (ou o calor) e do tamanho que pede corpo.
Mas seria tão bom que os mandatários pudessem modificar a sua visão. Deixassem de ser meros expectadores do teatro da boa gestão pública e passassem a ser importantes atores do grande teatro da vida que incluiria o Norte e Nordeste na corrente de desenvolvimento.
As lamentações já vêm de muito. Se quiser tirar uma prova basta ouvir as canções de Luiz Gonzaga, perfeito intérprete dessas dificuldades. Quando essa situação for alterada, também será alterado o IDH de cada Estado, apesar do Amapá não estar tão mal colocado, o problema é que o nosso Estado está em queda, enquanto o Brasil está em ascensão. “Segura peão!”.

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