Rodolfo Juarez
Os
moradores do Bairro do Aturiá, em Macapá, têm toda razão para estarem
precavidos contra as informações que lhes são repassadas todas as vezes que ali
vai um representante do setor público, seja do Estado ou do Município.
A
sensação de abandono vem sendo construída ao longo dos anos e contada desde
quando foram encerradas as obras de construção do Parque do Araxá, pois,
naquele tempo, já se dizia que o passo seguinte seria dado com a construção do
muro de arrimo do Aturiá que já passava por dificuldades.
Pois
bem, o tempo passou, o rio avançou e as habitações foram sendo destruídas e os
habitantes expulsos do local, deixando para traz toda uma história que
precisava ser contada diferente e da qual não contasse com muitos capítulos da
falta de consideração do Poder Público com a população do local e para a
própria administração que sempre deve estar a postos para resolver esse tipo de
questão.
A obra
de construção do muro já foi prometida para ser financiada pelos recursos do
próprio Tesouro Estadual, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento
do Governo Federal (PAC) e com recurso do contrato de empréstimo feito pelo
Governo do Estado junto ao Banco de Desenvolvimento Econômico e Social. Nenhuma
delas prosperou.
As
licitações chegaram a ser feitas, as ordens e serviços foram entregues para a
empresa que se habilitou a fazer a obra e que aceitou firmar o contrato,
entretanto o andamento da obra é que não avançou ou quando avançou, não foi o
suficiente nem para proteger a cidade do rio ou domar a água revolta que,
valente, se joga sobre os barrancos.
Aqueda
dos barrancos (em tese o que acontece ali) não é uma novidade para quem quer
seja da Região Amazônia e não se trata de qualquer questão que não seja do
conhecimento dos técnicos. Ao que parece a questão do Aturiá é de comprometimento
dos gestores das áreas urbanas e de engenharia das secretarias afins, tanto do
Estado como do Município.
Não
pode o Município de Macapá ficar fora dessa discussão por se tratar de uma
questão na cidade, onde os interesses precisam ser equacionados. E não pode
também é tentar iludir a população (que até aceita os argumentos dos gestores),
mas, o Rio Amazonas não entende isso e só conhece a sua regra e não esconde de
ninguém.
É preciso
e urgente que a área fim dos setores de engenharia, tanto do Governo como da
Prefeitura ajam urgentemente, pois, não resta qualquer dúvida, que a situação
dos moradores do local precisa de correção e eles, sozinhos, não dão conta de
enfrentar o problema criado a partir do rio, mas permitido pelas autoridades
públicas.
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