terça-feira, 3 de março de 2015

As cidades

Rodolfo Juarez
Esta semana não vou ainda expressar minha opinião sobre o atual momento da rede estadual de ensino no Amapá por entender que vários problemas ainda não tiveram a identificação das causas e a basca da solução ainda está sendo feita por caminhos que não o da própria Secretaria de Estado da Educação.
Tem questões que dependem de outas instituições públicas, como é o caso do bloqueio das contas dos caixas escolares que, desde muito tempo experimentam uma eficiência na manutenção corretiva e preventiva das escolas, mas que não são dotados de instrumentos capazes de conter erros, propositais ou não, mas que estão implicando na eficiência das administrações escolares, retratados nos atrasos de pagamentos de fornecedores e na utilização de mão de obra não treinada para o serviço que assumem.
Vou falar da cidade, ou melhor, das cidades, considerando a falta de criatividade administrativa e de cuidado com o futuro.
Do jeito como estão caminhando as nossas cidades, principalmente as duas maiores – Macapá e Santana – elas não asseguram um bom futuro para os seus moradores.
A cada dia os problemas se agigantam e a estrutura pública se mostra mais despreparada para enfrenta-los.
O problema, decididamente, não é só o recurso que dispõe o município. O problema é estrutural e, na maioria das vezes, de concepção. E errar na concepção, ou seja, no levantamento daquilo que se transforma nos problemas urbanos, é ter a certeza que vai, ao final, se depara com erros grosseiros e, de certa forma, injustificáveis.
Uma questão parece pacífica: os municípios não têm condições de cuidar, sozinhos, de suas sedes municipais.
As cabeçadas que dão, acabam por minimizar os resultados ou inviabilizar as proposta que até saem da cabeça daqueles que chegam, mas que, logo são abraçados pelo vício do bem-bom a que se acostumaram os mandatários e aqueles que teria que fiscalizá-los.
Observo que para ter uma administração mais acomodada, isto é, sem perturbação ou exigência do óbvio, a primeira providência do prefeito é tentar controlar o comportamento dos vereadores, ou pelo menos, de uma maioria que lhe garanta continuar no cargo, mesmo fazendo o que não deve ou fazendo nada.
Enquanto isso o município não consegue fazer uma licitação para definição de regras para a concessão de licença para exploração, por exemplo, do transporte urbano, ou mesmo do transporte de pessoas por outros veículos.
Ora, se não consegue fazer o que pouco custa ou não custa nada em termos de dinheiro, como fará uma obra ou serviço de grande vulto como as que precisam fazer nas cidades?
Então que continuemos sem coleta de esgoto, sem asfalto nas vias, água nas torneiras, iluminação pública, e tantas outras questões estritamente urbanas e que não são tratadas pelos gestores municipais faz tempo e nem levantadas pelos amordaçados vereadores, comprometidos com cargos dentro da prefeitura.
Nossas cidades têm garantido um futuro melhor desde que seja despolitizada a administração e acordado um procedimento onde as mordomias não estejam em primeiro lugar e as alegações falsas sejam evitadas pelos próprios alegantes.

A população, por enquanto, está assumindo todos os erros dos seus dirigentes, sofrendo todas as consequências do mau uso dos tributos que paga e pacientemente esperando que esses dirigentes despertem para a realidade e vejam que não estão cumprindo com o seu papel.

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