segunda-feira, 23 de março de 2015

Custo Amapá

Rodolfo Juarez
Em épocas de “vacas-magras”, conforme alegam os responsáveis pela execução das despesas próprias do Governo do Estado, não há coerência entre o tamanho das dificuldades alegadas e o tamanho do próprio governo, que, apesar de contingenciar 40% dos recursos destinados a aquisição de material e serviços e a execução do programa de investimentos, não tem o mesmo procedimento quanto a despesa com pessoal ou a utilização plena da força de trabalho que dispõe.
Um governo gigante que tem 20 secretaria de estado, 5 secretarias extraordinárias, 9 órgãos estratégicos de execução, 21 autarquias estaduais e órgãos vinculantes, 2 fundações estaduais e 4 sociedades de economia mista não consegue deslanchar os programas que tem direta atribuição e ainda deixa que os contratos se prolonguem no tempo, seja por descuido o simplesmente por que não soube equacionar um programa de desembolso conforme os trabalhos autorizados.
O resultado disso são obras importantes completamente paradas, serviços indispensáveis sendo realizados sem a necessária busca da eficiência devido a desprogramação e uma lerdeza no trato dos contratos com aqueles organismos que emprestam o dinheiro para o Estado, com sucessivas inadimplências que ocupa o gestor do programa muito mais com papel de justificativas do que com o investimento.
Diminuir o Custo Amapá depende de melhoria na eficiência nas atividades e execução de programas específicos e isso depende de pessoal treinado, motivado e em condições de fazer o que lhe é atribuído para ser feito e pelo que lhe é pago.
São 61 órgãos que têm auxiliares diretos para execução do plano do Governo do Estado do Amapá. Com salários bem acima da média dos que ganham a vida fora do Governo do Estado e, com condições de mordomia que dão as condições para que o trabalho de cada qual seja exercido com zelo e eficiência.
Mas está claro que para executar um orçamento anual de pouco mais de 5 bilhões de reais não precisaria de todo esse exercito de auxiliares de primeiro escalão. É preciso diminuir o tamanho desse Estado, pois, do jeito que está, por exemplo, ainda tem auxiliar de primeiro escalão que não fez nada e já vai receber o terceiro mês de salário e, ainda mais, não raro eles têm levado o respectivo cônjuge, na esperança de aumentar a renda familiar.
Está evidente que é preciso fazer corte nessa estrutura. Corte nominal. Eliminado secretarias, órgãos estratégicos, autarquias, órgãos vinculados entre outros para que haja a demonstração de que se está pretendendo enxugar a máquina, não cortando serviços, mas cortando os excessos e as mordomias.
Já não cabe mais o Governo bancar o carro do ano e a gasolina de auxiliares que ganham mais de 10 mil reais. Esse era outro tempo. Agora há necessidade de iniciar um programa que possa melhorar a qualidade de vida da população.
Para se ter uma ideia, tem auxiliar de primeiro escalão que ainda não iniciou um programa sequer, mas já foi, pelo menos uma vez a Brasília, com gordas diárias para poder pagar os caros hotéis da Capital Federal.
Apenas a guisa de exemplo, a Gasap, Companhia de Gás do Amapá, uma sociedade de economia mista, que não tem o que fazer, mas tem presidente e uma estrutura à disposição desse presidente.
E ainda se repetem as propostas para criação de novos setores de primeiro escalão para fazer não sei o que e não sei para quem.

Cuidado com o Amapá, ele não pode falhar, mais uma vez, com a sua população. 

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