Rodolfo Juarez
A
semana passada nós detalhamos, em um artigo, aspectos preocupantes da cidade de
Macapá e obtivemos retornos importantes, em uma demonstração de que várias
pessoas também estão percebendo o caminho equivocado que as administrações das
cidades do Amapá estão tomando.
A
expansão da cidade de Macapá se processa com velocidade mais de duas vezes
maiores do que a expansão de outros centros brasileiros, em decorrência do
aumento, fora da média nacional, da população local.
Está
claro que essa diferença - para maior -, do crescimento populacional, exige
prestação de serviço público também em escala maior do que a nacional, que tem
as bases do planejamento calcado na realidade nacional é quase óbvio, o que
exige do planejamento local inserções complementares, no mínimo iguais, àquelas
oferecidas pelo Governo Central.
Então,
se o Governo Federal constrói, por exemplo, uma moradia aqui no Amapá, os
outros agentes – Governo do Estado e Prefeitura – têm que construir pelo menos
outra, para que o problema não aumente.
Em um
cenário assim, haveria, provavelmente, uma parada na aceleração das
dificuldades, mas não solucionaria o déficit que está estimado em 40 mil
moradias.
Em
Macapá, capital do Estado do Amapá, que conta com 430 mil habitantes
(estimativa de julho de 2014), há um incremento médio anual da população em
torno de 4% o que corresponde, a cada ano, há um incremento populacional de
17.200 pessoas. Como as famílias têm em média 5 pessoas, isso indicaria uma
necessidade de 3.440 moradias a cada ano.
E essa
oferta faz parte da estratégia de ocupação urbana da cidade?
Não.
Responderia qualquer um que tivesse observando o que aconteceu nos últimos 10
anos em Macapá.
Demora-se
demais para construir os conjuntos propostos pelo Governo Federal,
ultrapassando os prazos prometidos e estabelecidos em contrato. As dificuldades
começam desde a seleção de quem precisa ou de quem tem condições de assumir uma
dívida muito superior a sua capacidade de pagamento atual.
Como
não há uma política de recuperação financeira da população, então o caminho é a
inadimplência ou da especulação através daqueles que não foram selecionados,
mas que tinham as condições de assumir o compromisso imposto pelo próprio
Governo.
É óbvio
que com novos moradores, haverá necessidade de definição de novos bairros e com
isso, novas vias, praças, parques, escolas, posto de atendimento médico, posto
de segurança pública, atendimento social, e de todos os outros serviços que
precisam ser oferecidos à população.
Macapá
não está suportando essa sobrecarga.
Os
dirigentes da cidade estão se atrapalhando cada vez mais e a politização do
desenvolvimento urbano cria uma barreira quase intransponível entre a
administração municipal e a administração estadual, a não ser quando há
interesse político que atenda aos dois lados.
Enfrentar
esses problemas urgentes e cada vez mais gigantes está fora da capacidade do
município e é preciso que haja essa compreensão, nem que para isso seja feito
um pacto na não reeleição em nome do interesse público e acabar com os projetos
de poder que são costurados nas alcovas dos palácios.
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