Rodolfo Juarez
A
reforma política é sempre anunciada como uma necessidade nacional e com
oportunidade para que os políticos criem meios de modificar a forma como a
população brasileira avalia os parlamentares dos diversos legislativos
brasileiros. O que, entretanto, não é tratado colocando como prioridade a Nação
Brasileira.
Os
agentes modificadores, que deveriam ser os intérpretes da vontade da população,
acabam por se tornar defensores dos meios que lhes pode dar continuidade na
política, especialmente com mandato.
Qualquer
proposta que não se encaixe na conta do parlamentar que a população escolheu
para representa-lo no Congresso acaba recebendo restrições desse mesmo
parlamentar, que se apressa em obter seguidores da ideia procurando demonstrar
que criaria, para ele e os aliados, dificuldades para a renovação do mandato.
São
poucos e até raros, aqueles parlamentares que estão dispostos a assumir uma
luta em favor dos brasileiros. Principalmente se a luta cria exigências que
dificultem o seu trabalho e tenha a possibilidade de inviabilizar o plano
pessoal.
O lema
que mais é detalhado e identificado com muita simplicidade é: “farinha pouco,
meu pirão primeiro”.
As
pressões, comumente declaradas pelos próprios relatores das propostas, antigas
e atuais, que tramitam na Câmara dos Deputados, vêm dos dirigentes partidários,
considerados não administradores dos partidos, mas “donos” desses partidos. Um
donatariado que é sustentado, na maioria das vezes, por forças estranhas e
ocultas.
Mas,
desta vez, o povo brasileiro está às vésperas de ter a boa notícia da reforma
política. Não a reforma casuística, mas a reforma de interesse de todos, que
possa devolver a confiança aos brasileiros, que acabe do terceiro turno, sempre
realiza na Justiça Eleitora, com avanços para os ministros guardiões da
Constituição Federal.
A
vontade do povo precisa ser reposta.
O
sentido de maioria deve ser o prevalente em todas as decisões, tanto do
eleitor, como dos partidos, como da Justiça Eleitoral que se entende, na falta
das decisões legislativa, com a prerrogativa de alterar as regras e impor novos
limites, alguns abrangentes demais.
O fato
é que o Brasil, apesar de ter uma dos sistemas operativos de apuração eleitoral
mais rápido do mundo, ainda não conseguiu demonstrar para as outras nações que
escolhem os seus dirigentes democraticamente, a confiabilidade do processo,
mesmo sendo reconhecido e respeitado pelo eleitor brasileiro.
Então,
se é assim, precisamos trabalhar para adquirir essa confiança que, ao contrário
e pelos modos adotados, de vez em quando deixa toda a sua eficácia temporal ser
abalada pela desconfiança daqueles que não se arriscam a assumir a certeza
alardeada pela própria Justiça Eleitoral.
Todas
as questões, mesmo a de claro interesse do eleitor brasileiro, quando só
pesadas pelos legisladores, acabam recebendo trancas e jogadas no fim da fila
mais longa das discussões, na esperança de que, quando for aprovada, se for, já
terá aquele parlamentar passado e, ou morrido ou deixado de lado a política
eleitoral.
O
interesse em modificar as regras não agrada os “caciques do Congresso”
exatamente porque eles querem defender o modo atual, deixando menos arriscado o
seu próprio mandato.
As
Casas do Congresso Nacional sempre são abaladas quando essas propostas são
colocadas em pauta, os deputados e senadores sempre se vêm “ameaçados” pelo
modelo que o tem dado tantos e tantos mandatos, mesmo que não justifique a sua
atuação como parlamentar, mas simplesmente como emprego e, diga-se, um bom
emprego, com proteção ilimitada e altos salários, cobrados para não fazer pouca
coisa e para manter a mordomia.
Avançar
com a reforma política é preciso.
Modernizar
a forma e garantir as campanhas é necessário, para que os brasileiros voltem a
dar o valor ao processo de escolha e possam ter mais condições de cobrar
resultados.
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