quinta-feira, 28 de maio de 2015

Apertar o cinto se for preciso

Rodolfo Juarez
Até agora os executores do orçamento público estadual de 2015 ainda não conseguiram encontrar o ponto de equilíbrio entre a Receita Pública estimada e a Despesa Pública programada.
A receita nacional vive sobre constantes ameaças internas e externas e ainda não garante para ninguém que o montante previsto seja alcançado e se não for alcançado, qual será a defasagem a ser apurada.
O não cumprimento das metas parciais de inflação, da meta do superávit primário e da balança de pagamentos está levando o Governo a fazer cortes substanciais como o que aconteceu na semana passada, com da indisponibilidade de quase 70 bilhões de reais do que está aprovado no orçamento, na prática, um sensível corte nas propostas, principalmente de investimento, para este exercício financeiro.
O episódio bem que poderia servir de alerta e exemplo para o Governo do Estado do Amapá, para rever, enquanto há tempo, a previsão da receita, analisada tecnicamente e informada aos demais órgãos do Estado para que houvesse precaução e os problemas não fossem levados para o final do ano.
Por aqui, seguramente, o tamanho do Governo além de ser um problema, coloca o processo de gestão em dificuldades, animando questões que já poderiam estar vencidas ou aquelas atividades que implicam em gestão temerária, exatamente pela falta de receita para abastecer o orçamento.
Os primeiros quatro meses apresentam déficit com relação às previsões orçamentárias que levaram à construção do orçamento. Pelo menos 7% da receita prevista não foi confirmada, o que significa o volume muito alto e, pior, nenhum indicador assegura que haverá recuperação da receita daqui para o fim do ano ou mesmo estabilização daquela calculada quando da aprovação do orçamento público estadual em dezembro de 2014.
A hora não é apenas de apertar o cinto, mesmo porque o cinto já está no último buraco e não dá para fazer qualquer outro aperto, é hora também de reavaliar tudo o que foi programado e, antes que o “leite derrame” haja intervenção nas previsões de despesa e aproximação da realidade.
As dificuldades não estão apenas nas folhas de pagamento. Já faz tempo que a população não está satisfeita com os resultados que lhes são oferecidos.
O déficit identificado no começo do ano é maior de que qualquer previsão, mas e dai?
Trabalhar para minimizar as consequências. Afinal de contas a população fez a sua parte que, além de pagar os tributos, ainda elegeu um governo para fazer todos os consertos necessários.
Sendo preciso cortar na própria carne então que se corte. Não dá para ficar esperando milagres ou reclamando da sorte. Insistir na criatividade e na compreensão, mesmo que tenha que diminuir o tamanho do Governo ou baixar o salário dos gestores.
Apesar de tudo a população tem se mostrado paciente, compreensiva, mas até quando?

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