sábado, 2 de maio de 2015

Um sonho que está virando pesadelo

Rodolfo Juarez
O Amapá tem sido vítima de decisões equivocadas e de interlocutores mal informados ou que não se interessam em dizer a verdade para a população.
Separado do resto do Brasil pelo boqueirão do rio Amazonas, o Estado do Amapá, localizado na margem esquerda do grande rio, não tem o seu sistema rodoviário ligado com o sistema nacional, o que retira do estado a capacidade dispor de condições para adotar as mesmos princípios dos modos de transportes de cargas e passageiros adotados em outros estados da Federação.
Com essa limitação física, o Estado buscou prioritariamente, contar com um sistema de transporte aéreo, uma vez que ainda não “descobriu” que pode desenvolver um modelo tendo como base os rios, considerados estradas naturais, tanto que não conta com nenhum terminal público para oferecer a população e fazer os controles de entrada e saída do Estado.
O olhar se concentrou nos aeroportos, ou melhor, no Aeroporto Internacional de Macapá, que no começo deste século recebeu o nome de Alberto Alcolumbre.
Desde 2004 se completou o projeto que antes era uma ideia para atender os mais de 500 mil passageiros que usam a estação durante o ano, como aconteceu em 2014.
As condições da estação de passageiros estavam completamente fora do padrão que o país alardeava e tentava fazer, principalmente quando era levado em consideração a realização da Copa do Mundo de Futebol da Fifa que seria realizada, como foi, em 2014.
As pressões sociais locais aos políticos acabaram produzindo um efeito em cadeia para que os políticos com mandato pressionassem o Governo Federal para que colocasse na lista de interesse nacional a modernização da estação de passageiros, o acesso ao aeroporto e as próprias pistas de pouso.
Naquela época se definia a aplicação dos recursos destinados ao primeiro Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 1).
O Estado do Amapá foi “contemplado” e a Infraero, responsável pela exploração do aeroporto, recebeu a autorização para tomar as providências objetivando a construção do novo terminal de passageiros e o ajuste nas pistas, estacionamento e acesso.
A condução não foi considerada certa, tanto que houve uma operação policial que teria flagrado superfaturamento no orçamento da obra que além dos 113 milhões de reais do PAC ainda se somava17 milhões de reais do Tesouro do próprio Estado para construção dos acessos.
Nessa época o Secretário de Estado dos Transportes, atendendo aos megalômanos, chegou a assinar dois contratos um para construção de vias de acesso ao aeroporto e outro para construir o corredor que mais tarde seria batizado de Rodovia Norte-Sul.
Aqueles contratos chamaram a atenção, pois, cada um, superava os 100 milhões de reais.
Com a operação policial anunciando que havia superfaturamento na estação de passageiros, os contratos locais foram abortados e as obras não foram iniciadas.
De lá para cá o que se ouve é uma série de informações fantasiosas que não se confirmam. Não dá nem para saber se é um arroubo dos anunciantes, ou se é um pouco caso dos responsáveis, inclusive ministros e outros agentes públicos do alto escalão federal.
O último anúncio foi feito pelo senador Randolfe Rodrigues que chegou a marcar data para a inauguração do terminal de passageiros o que aconteceria em junho de 2015.

Como a situação da obra continua na estaca zero, já se pode dizer que foi mais uma informação incorreta passada para a população e que os usuários terão que se conformar com os puxados que se tornaram a marca registrada do terminal do aeroporto Alberto Alcolumbre, pelo menos até agora.

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