Rodolfo Juarez
A
Federação das Indústrias do Estado do Amapá continua o seu inferno astral,
agora com o afastamento da presidente Josi Rocha e a volta ao comando da
entidade de uma comissão provisória presidida pelo presidente do Sindicato das
Indústrias da Madeira, Joferson Costa de Araújo e Silva, conselheiro do
Conselho de Representantes desde a fundação em dezembro de 1990.
Pela
importância que tem no cenário industrial do Amapá, a Federação das Indústrias
é uma instituição sindical de grau superior, que cuja administração deveria
comandar o Departamento Regional do Serviço Social da Indústria no Amapá
(SESI-DR/AP) e o Departamento Regional do Serviço de Aprendizagem Industrial no
Amapá (SENAI-DR/AP).
Tanto o
Sesi como o Senai são organizações mantidas pela indústria local, com apoio e
orientação da respectivos departamentos nacionais. O Sesi com a
responsabilidade primária de atender, nas áreas social, cultural, educacional e
médica, os trabalhadores do setor industrial do Amapá; e o Senai para atender a
preparação da mão de obra para a indústria local.
As
dificuldades gerenciais enfrentadas pela Federação das Indústrias do Estado do
Amapá refletem nas administrações técnicas que devem ser executadas no Senai e
no Sesi, com atendimento prioritário ao trabalhador da indústria e seus
familiares, mas com a necessária integração com a comunidade.
O
crescimento da importância da Federação despertou os interesses de políticos –
o que já havia acontecido em outros estados – e a direção da entidade passou a
fazer parte do plano de poder daqueles que conseguiam um mandato eletivo.
Fátima
Pelaes, primeiramente; Vinícius Gurgel, logo em seguida e Josi Rocha foram
atraídos para a presidência da Fieap sem que houvesse o preparo necessário para
exercer uma das mais complicadas administrações do país. Mista na prática,
pública na realidade e com a fiscalização de cada um dos setores da indústria
ativa do Estado.
O
primeiro pecado foi a “invenção” de sindicatos que não são representativos e a
eleição de presidentes descomprometidos com o setor industrial e comprometidos
com o setor político partidário.
Esse
cenário levou a Federação a sucessivas crises com as intervenções no Sesi e no
Senai, além da desfiliação da Federação Amapaense dos quadros da Confederação
Nacional da Indústria - CNI.
A crise
instalou-se quando houve a banalização de cargos tanto no Sesi como no Senai,
preenchidos para atender acordos não confessáveis entre conselheiros e
dirigentes, em uma busca de vantagens, sem levar em consideração que o dinheiro
das instituições era do trabalhador.
Os
resultados foram catastróficos.
Recentemente
a Federação das Indústrias do Amapá ficou sem pagar os funcionários, como ainda
permanece, por 6 meses seguidos, estando, nessa momento além de cinco meses de
atraso de salários, sem cumprir o cronograma de férias e o pagamento do 13.º
salário, uma vez que foi cessada o auxilio financeiro aportado pela
Confederação das Indústrias e essa se tornara a única fonte de renda da
Federação.
Ainda
conta a federação com um braço educacional e de apoio que e o do Instituo
Euvaldo Lodi, com atribuição, inclusive, de colocar mão de obra para estágio o
que seria a sua principal fonte de renda.
Sem
qualquer plano, segue a Federação com frentes de lutas na Justiça do Trabalho
(com relação ao pagamento dos funcionários dispensados), no Ministério do
Trabalho (na luta por reconhecimento ou não de sindicatos) e com a
Confederação, para a readmissão plena da Fieap nos quadros sociais da entidade
nacional.
Os
sindicatos patronais da indústria no Amapá têm, agora, mais uma oportunidade
para corrigir todas essas falhas e seguir em frente com a missão que tem a
Federação de capitanear o desenvolvimento da indústria local.
Nenhum comentário:
Postar um comentário