sexta-feira, 22 de maio de 2015

Federação das Indústrias tem nova chance

Rodolfo Juarez
A Federação das Indústrias do Estado do Amapá continua o seu inferno astral, agora com o afastamento da presidente Josi Rocha e a volta ao comando da entidade de uma comissão provisória presidida pelo presidente do Sindicato das Indústrias da Madeira, Joferson Costa de Araújo e Silva, conselheiro do Conselho de Representantes desde a fundação em dezembro de 1990.
Pela importância que tem no cenário industrial do Amapá, a Federação das Indústrias é uma instituição sindical de grau superior, que cuja administração deveria comandar o Departamento Regional do Serviço Social da Indústria no Amapá (SESI-DR/AP) e o Departamento Regional do Serviço de Aprendizagem Industrial no Amapá (SENAI-DR/AP).
Tanto o Sesi como o Senai são organizações mantidas pela indústria local, com apoio e orientação da respectivos departamentos nacionais. O Sesi com a responsabilidade primária de atender, nas áreas social, cultural, educacional e médica, os trabalhadores do setor industrial do Amapá; e o Senai para atender a preparação da mão de obra para a indústria local.
As dificuldades gerenciais enfrentadas pela Federação das Indústrias do Estado do Amapá refletem nas administrações técnicas que devem ser executadas no Senai e no Sesi, com atendimento prioritário ao trabalhador da indústria e seus familiares, mas com a necessária integração com a comunidade.
O crescimento da importância da Federação despertou os interesses de políticos – o que já havia acontecido em outros estados – e a direção da entidade passou a fazer parte do plano de poder daqueles que conseguiam um mandato eletivo.
Fátima Pelaes, primeiramente; Vinícius Gurgel, logo em seguida e Josi Rocha foram atraídos para a presidência da Fieap sem que houvesse o preparo necessário para exercer uma das mais complicadas administrações do país. Mista na prática, pública na realidade e com a fiscalização de cada um dos setores da indústria ativa do Estado.
O primeiro pecado foi a “invenção” de sindicatos que não são representativos e a eleição de presidentes descomprometidos com o setor industrial e comprometidos com o setor político partidário.
Esse cenário levou a Federação a sucessivas crises com as intervenções no Sesi e no Senai, além da desfiliação da Federação Amapaense dos quadros da Confederação Nacional da Indústria - CNI.
A crise instalou-se quando houve a banalização de cargos tanto no Sesi como no Senai, preenchidos para atender acordos não confessáveis entre conselheiros e dirigentes, em uma busca de vantagens, sem levar em consideração que o dinheiro das instituições era do trabalhador.
Os resultados foram catastróficos.
Recentemente a Federação das Indústrias do Amapá ficou sem pagar os funcionários, como ainda permanece, por 6 meses seguidos, estando, nessa momento além de cinco meses de atraso de salários, sem cumprir o cronograma de férias e o pagamento do 13.º salário, uma vez que foi cessada o auxilio financeiro aportado pela Confederação das Indústrias e essa se tornara a única fonte de renda da Federação.
Ainda conta a federação com um braço educacional e de apoio que e o do Instituo Euvaldo Lodi, com atribuição, inclusive, de colocar mão de obra para estágio o que seria a sua principal fonte de renda.
Sem qualquer plano, segue a Federação com frentes de lutas na Justiça do Trabalho (com relação ao pagamento dos funcionários dispensados), no Ministério do Trabalho (na luta por reconhecimento ou não de sindicatos) e com a Confederação, para a readmissão plena da Fieap nos quadros sociais da entidade nacional.

Os sindicatos patronais da indústria no Amapá têm, agora, mais uma oportunidade para corrigir todas essas falhas e seguir em frente com a missão que tem a Federação de capitanear o desenvolvimento da indústria local.

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