terça-feira, 26 de maio de 2015

É preciso ser criativo

Rodolfo Juarez
A situação financeira do Estado do Amapá é crítica em decorrência das dificuldades que a gestão está tendo para confirma o aporte de receita prevista no orçamento de 2015, aprovado pela Assembleia Legislativa e que está sendo executado por cada um dos órgãos do Estado.
Trata-se de uma questão que interessa a todos os órgãos que são financiados pelas receitas que entram pelo Orçamento do Estado. Estão diretamente afetados, além do Governo do Estado, a Assembleia Legislativa, o Tribunal de Justiça, o Tribunal de Contas e o Ministério Público.
Então, é um assunto que interessa a todos e que ninguém, principalmente os setores de orçamento - seja de elaboração como o de execução -, de cada um desses órgãos precisam estar atentos e analisando o cenário em busca de alternativas no caso de haver um encolhimento substancial na receita do Estado, o que já está desenhado atualmente.
Mesmo assim não há uma discussão pública, principalmente com os deputados estaduais, no sentido de haver uma antecipação ao problema mais grave que é a falta do dinheiro. Ou todos demonstram que estão atentos ou o caos atual pode ainda piorar por falta de antecipação da realidade dos problemas.
Não basta contingenciar é preciso encontrar as saídas e, sabidamente, só se encontra essa saída com uma ampla discussão, onde as preocupações de todos tem que ser com o Estado e não apenas com a parte que tem a responsabilidade de gerir.
A situação não é nem de execução do que está previsto no orçamento, a questão exige uma reprogramação, para haver adequações e a gestão seja exercida de acordo com a capacidade que terá o orçamento de 2015 a partir da receita.
Qualquer proposta para que se considere o resto a pagar como solução para os problemas de agora será absolutamente nociva e contaminante para o exercício de 2016. E mais, os problemas são atuais, em 2016 pelos anúncios dos analistas da capacidade econômica nacional não dá para deixar quem quer que seja animado.
Contar com o que está previsto no orçamento de 2015, inclusive os repasses constitucionais é, antes de tudo, a demonstração de irresponsabilidade. Não é, de forma nenhuma, um assunto de barganha política ou de troca-troca de favores.
E para dificultar ainda mais a situação atual, a União fez os cortes em setores que afetam diretamente o Estado do Amapá, como é o caso do corte de mais da metade do orçamento do Ministério das Cidades onde muitos projetos para o Amapá estavam com expectativa de financiamento.
Dificuldades maiores não significam, entretanto, cruzar os braços e ver o tempo passar. Significa, isso sim, ser criativo, verdadeiro e encarar a realidade com todas as suas nuances para que os erros não se multipliquem e os prejuízos não se avolumem a ponto de não poder ser suportado pela sociedade.
Todas as reservas de contingências, por pequenas que sejam, precisam ser redefinidas e como parte operativa do orçamento e mesmo as economias que vinham sendo feitas ao longo dos meses não podem ser diluídas em aumento de salários, liberação de diárias ou ajuda de custo.
O tempo é de apertar o cinto, mesmo para aqueles que insistem que não podem fazer isso na administração e imaginam que o canal da receita tem fluxo constante e interrompível.

A realidade é outra, pois, até agora, quem pagou o pato foi a população. Está na hora de dividir os prejuízos.

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