Rodolfo Juarez
Quem disser
que os setores do comércio e do serviço em Macapá, Santana e nos demais
municípios do Estado estão com a sensação de que o dinheiro não circula mais
nas praças daqui, está coberto de razão.
O movimento,
muito pequeno, só é notado no dia seguinte ao pagamento e durante, no máximo,
os três dias seguintes, o resto do mês é um é uma falta total da mola que move
os municípios, o estão, União e as pessoas.
Todo o
comércio está com dificuldade e os comerciantes aprendendo a lidar com a
situação que vê agravar-se a cada dia e por uma razão quase às claras: sem
receita não há como continuar com as despesas.
É preciso
entender que há necessidade de uma reeducação empresarial, ou mesmo, uma preparação
para enfrentar a crise. Uma preparação que passa por cortes profundos nos modos
adotados até agora.
Sustentar os
investimentos, mesmo para os grandes, e equacionar as despesas obrigatórias,
passou a ser uma necessidade. Entender que o lucro cai, seja pela queda dos
negócios, seja pela necessidade de diminuição da margem é uma obrigação.
E a
perspectiva de mudança não é de curto prazo. Apenas daqui a doze meses é que,
possivelmente, o nível dos negócios daquele futuro chegue ao nível dos negócios
de doze meses atrás.
Outra questão
é a pesquisa do mercado.
Se for
necessário que o empresário mude o foco do negócio para poder sobreviver, que
mude agora, não espere mais, pois, se assim proceder pode estar caindo em uma
ribanceira negocial de profundidade desconhecida.
As implicações
não se limitam aos custos do próprio negócio. Vão além e chegam à mesa do
comerciante que precisa mudar o cardápio, adaptando por uma dieta mais
econômica, fazendo de tudo para manter a qualidade.
Claro que essa
é uma equação dificílima de ser resolvida, mas tentar deve ser a maneiro mais
urgente para encontrar as incógnitas e evitar com que essa situação influa no
humor e na qualidade do negócio que, para o empresário, continua sendo o único
motivo de garantir a sobrevivência.
Essa
perspectiva aclara que o homem empresário enfrenta, de saída, dois problemas
independentes em suas consequências, mas irmãos siameses em sua origem,
precisando manter o negócio com menor lucro e menos custos sem afetar a vontade
de continuar sendo empresário e reduzindo os custos de tudo, inclusive da
dieta.
A família toda
tem que saber o que está acontecendo. Afinal uma inflação de quase 10% implica
em uma desvalorização galopante das economias.
Imagine nesse
cenário, um pequeno empreendedor.
O pequeno, por
natureza, só ganha o suficiente para o seu sustento, nada sobrando para
qualquer reserva. Precisa acreditar do desacreditado Estado; precisa confiar no
descapitalizado cliente e ainda ter que suportar os aumentos das mercadorias da
cesta básica.
Também nesse
rol estão os prestadores de serviço que estavam com a sua via organizada, como
taxistas, mototaxistas, carregadores e entregadores, entre tantos. Não havendo
compras, não há deslocamento, não há serviço. E sem serviço o dinheiro fica
distante, dando a sensação que ele desapareceu.
As explicações
lógicas são dadas pelos economistas que, entretanto, não têm a varinha de
condão para satisfazer as necessidades da população.
E qual a
saída?
Apertar o
cinto para reeducar-se socialmente e economicamente e esperar a virada que, um
dia, certamente virá.
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