sábado, 11 de julho de 2015

Esperando a virada

Rodolfo Juarez
Quem disser que os setores do comércio e do serviço em Macapá, Santana e nos demais municípios do Estado estão com a sensação de que o dinheiro não circula mais nas praças daqui, está coberto de razão.
O movimento, muito pequeno, só é notado no dia seguinte ao pagamento e durante, no máximo, os três dias seguintes, o resto do mês é um é uma falta total da mola que move os municípios, o estão, União e as pessoas.
Todo o comércio está com dificuldade e os comerciantes aprendendo a lidar com a situação que vê agravar-se a cada dia e por uma razão quase às claras: sem receita não há como continuar com as despesas.
É preciso entender que há necessidade de uma reeducação empresarial, ou mesmo, uma preparação para enfrentar a crise. Uma preparação que passa por cortes profundos nos modos adotados até agora.
Sustentar os investimentos, mesmo para os grandes, e equacionar as despesas obrigatórias, passou a ser uma necessidade. Entender que o lucro cai, seja pela queda dos negócios, seja pela necessidade de diminuição da margem é uma obrigação.
E a perspectiva de mudança não é de curto prazo. Apenas daqui a doze meses é que, possivelmente, o nível dos negócios daquele futuro chegue ao nível dos negócios de doze meses atrás.
Outra questão é a pesquisa do mercado.
Se for necessário que o empresário mude o foco do negócio para poder sobreviver, que mude agora, não espere mais, pois, se assim proceder pode estar caindo em uma ribanceira negocial de profundidade desconhecida.
As implicações não se limitam aos custos do próprio negócio. Vão além e chegam à mesa do comerciante que precisa mudar o cardápio, adaptando por uma dieta mais econômica, fazendo de tudo para manter a qualidade.
Claro que essa é uma equação dificílima de ser resolvida, mas tentar deve ser a maneiro mais urgente para encontrar as incógnitas e evitar com que essa situação influa no humor e na qualidade do negócio que, para o empresário, continua sendo o único motivo de garantir a sobrevivência.
Essa perspectiva aclara que o homem empresário enfrenta, de saída, dois problemas independentes em suas consequências, mas irmãos siameses em sua origem, precisando manter o negócio com menor lucro e menos custos sem afetar a vontade de continuar sendo empresário e reduzindo os custos de tudo, inclusive da dieta.
A família toda tem que saber o que está acontecendo. Afinal uma inflação de quase 10% implica em uma desvalorização galopante das economias.
Imagine nesse cenário, um pequeno empreendedor.
O pequeno, por natureza, só ganha o suficiente para o seu sustento, nada sobrando para qualquer reserva. Precisa acreditar do desacreditado Estado; precisa confiar no descapitalizado cliente e ainda ter que suportar os aumentos das mercadorias da cesta básica.
Também nesse rol estão os prestadores de serviço que estavam com a sua via organizada, como taxistas, mototaxistas, carregadores e entregadores, entre tantos. Não havendo compras, não há deslocamento, não há serviço. E sem serviço o dinheiro fica distante, dando a sensação que ele desapareceu.
As explicações lógicas são dadas pelos economistas que, entretanto, não têm a varinha de condão para satisfazer as necessidades da população.
E qual a saída?

Apertar o cinto para reeducar-se socialmente e economicamente e esperar a virada que, um dia, certamente virá.

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