Rodolfo Juarez
Em tempo de
transparência – ou quase -, falsear informações ou modifica-las é um risco
muito grande em qualquer circunstância, principalmente quando se trata de
liberação de recursos resultante empréstimos vinculados à obras físicas,
perfeitamente definidas, e que podem ser verificada a qualquer momento.
Toda a
confusão criada na semana passada, quando foi divulgada a notícia truncada de
que, ações de parlamentares do Amapá teriam sido decisivas para a não
disponibilidade de um recurso que o Estado foi autorizado a emprestar e que
está sendo liberado por parte.
O momento
econômico crítico, o situação de emergência em alguns setores do Governo, o
contingenciamento das despesas em outros, criam um ambiente claro de crise e,
na crise, todo cuidado é pouco no sentido de otimizar os recursos escassos e
caros, no momento de gastá-lo, ainda mais quando se sabe que o tempo é longo
para pagamento e os juros são muito altos.
Desfeita a
confusa, reposta a notícia verdadeira, faltaram apenas os órgãos executores e
de acompanhamento, apresentarem para o cidadão, o plano de investimento que
será desenvolvido com esse dinheiro emprestado.
Observe-se que
não se está, sequer, pedindo prestação de contas sistematizada e transparente,
se quer apenas a lista de obras ou serviços, com os respectivos preços, para
ser criada as condições primárias de acompanhamento.
Quem sabe se
esse plano ainda não está sendo preparado ou, então, uma lista de obras para
substituí-lo, destacando as empresas contratadas, os prazos e a previsão de
desembolso?
Afinal o
dinheiro tem destinação específica, mas o pagamento será feito, agora com
recursos emprestados do BNDES, mas depois, com o suado e aumentado tributo de
cada cidadão amapaense que já sabe que terá uma dívida para filhos e, até,
netos.
Como se trata
de um empréstimo para o Estado e não para o Governo, mas com a execução sob a
responsabilidade do Governo, cabe ao governo executor criar as condições mais
favoráveis para que haja o acompanhamento do desembolso pela população.
Será pedir
demais?
Será que se
entende, dentro do Governo, que a população não precisa saber como está sendo o
gasto o dinheiro que ela vai pagar as empresas executoras?
Claro que
precisa saber, até para evitar os contratempos e o disse-me-disse havido na
semana passada quando foi colocada em dúvida a notícia veiculada pelo Governo,
com fortes indícios de que não seria verdadeira, criando um ambiente
desfavorável para todos e que acabou ficando o dito pelo não dito, mas a
população teve a sua atenção despertada para a questão.
Esse processo
além de ser desgastante pode ser perfeitamente evitado, basta que se estabeleça
que a verdade é insubstituível e que a mentira deve ser banida,
definitivamente, da prática dos auxiliares que gostam de agradar ao chefe.
Tomara que a
lição tenha sido apreendida e que sejam tomadas as providências para a
prestação de contas dessa parcela e daqueles que ainda estão pendentes e que
precisaram de um liminar benevolente de um ministro do STF, falando pelo povo
amapaense – ou melhor, no castigo que o povo não merecia -, para conceder um
liminar e o BNDES pudesse liberar os recursos que todos estão pagando.
Juízo nas
ações e respeito com o povo deve ser o lema do momento.
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