quarta-feira, 8 de julho de 2015

O Amapá está em crise

Rodolfo Juarez
A crise econômica, com queda nas vendas e na produção industrial, que está instalada no Brasil atual está apresentando reflexos indisfarçáveis no Estado do Amapá, afetando o desempenho de todos, especialmente do setor público, tradicionalmente o que mais demora para reconhecer momentos como esses.
O setor empresarial, principalmente o de comércio e serviço, os dois mais importantes da estrutura econômica local, está aos poucos, se retraindo pela falta de negocio, onde o dinheiro dá a impressão que desapareceu.
Antes, por aqui, os setores extrativos inclusive o mineral, já tinham dados claros sinais de que cortaria as vagas que oferecera em outros anos e o setor agro industrial padece de uma indefinição histórica onde as políticas públicas não dão as garantias jurídicas necessárias para que os investidores executem os seus planos, especialmente aqueles que deram e estão dando certo em outras regiões e em outros estados da Federação.
As estratégias do setor público ainda são tímidas no enfrentamento da crise. Acabam não influenciando no resultado e não apresentam perspectiva confiável a não ser no que se refere à vontade.
Desta feita está fazendo muita falta um Plano de Desenvolvimento para o Estado do Amapá que se complica no meio do emaranhado de regras federais para enfrentar a realidade ambiental local, com alguns aventureiros se arriscando pelo meio daqueles que tem conhecimento de um determinado setor.
Como se não bastassem os problemas diretamente relacionados com a gestão pública diretamente, está longe a afinação entre os governantes e os representantes que a população mandou para Brasília.
Não consegue emplacar os projetos que poderiam estruturar o estado, em condições suficientes para enfrentar problemas como os quais agora se debate e tem dificuldades para alinhar os interesses comuns.
A própria Secretaria de Estado da Indústria, Comercio e Mineração se desdobra na construção de um sistema raiado na teoria, desordenado na prática, além de distante do médio e grande empreendedor pela falta elementos técnicos para fornecer àqueles que precisam orientar os projetos que estão propondo colocar em prática no Estado.
Nível de emprego definhando, recursos públicos muito escassos, terras com indefinição de propriedade, meio ambiente cheio de regras confusas e sem um programa de desenvolvimento, formam um cenário sem portas ou saídas para resolução da crise que avança sobre os empresários – pequenos, médios e grandes -, que insiste na luta contra a “maré vazante”.
Além das dificuldades por causa da crise econômica nacional e local, ainda a falta de confiança nas regras do Estado e na indisponibilidade de mão-de-obra. Muito embora seja um paradoxo: falta de emprego e falta da mão de obra.
A mão-de-obra desempregada precisa passar por uma preparação para atender as vagas oferecidas no novo modo econômico, com desenvolvimento de programas públicos de curto prazo para treinar a população economicamente ativa e que está desativada, vinda de outros setores da economia.
Sem dinheiro para atrair investidores o Estado se debate com projetos rápidos que propicie condições de pagar os funcionários. A queda na arrecadação estadual, combinada com a queda da arrecadação nacional, além da significativa sangria da dívida pública estadual combina uma resultante que parece avançar na construção de uma sociedade injusta e cada vez com mais problemas.
Um ano perdido por uma administração, em regra, precisa de dois para equilibrar o binômio necessidade/possibilidade. A situação, entretanto, torna-se exponencial, quando a perspectiva de dificuldades e retrações continuam por mais de um ano.

Compreender o momento de crise é importante. Mas todos precisam ter essa compreensão para que as dificuldades não aumentem.

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