Rodolfo Juarez
A crise
econômica, com queda nas vendas e na produção industrial, que está instalada no
Brasil atual está apresentando reflexos indisfarçáveis no Estado do Amapá,
afetando o desempenho de todos, especialmente do setor público,
tradicionalmente o que mais demora para reconhecer momentos como esses.
O setor
empresarial, principalmente o de comércio e serviço, os dois mais importantes
da estrutura econômica local, está aos poucos, se retraindo pela falta de
negocio, onde o dinheiro dá a impressão que desapareceu.
Antes, por
aqui, os setores extrativos inclusive o mineral, já tinham dados claros sinais
de que cortaria as vagas que oferecera em outros anos e o setor agro industrial
padece de uma indefinição histórica onde as políticas públicas não dão as
garantias jurídicas necessárias para que os investidores executem os seus
planos, especialmente aqueles que deram e estão dando certo em outras regiões e
em outros estados da Federação.
As estratégias
do setor público ainda são tímidas no enfrentamento da crise. Acabam não
influenciando no resultado e não apresentam perspectiva confiável a não ser no
que se refere à vontade.
Desta feita
está fazendo muita falta um Plano de Desenvolvimento para o Estado do Amapá que
se complica no meio do emaranhado de regras federais para enfrentar a realidade
ambiental local, com alguns aventureiros se arriscando pelo meio daqueles que
tem conhecimento de um determinado setor.
Como se não
bastassem os problemas diretamente relacionados com a gestão pública
diretamente, está longe a afinação entre os governantes e os representantes que
a população mandou para Brasília.
Não consegue
emplacar os projetos que poderiam estruturar o estado, em condições suficientes
para enfrentar problemas como os quais agora se debate e tem dificuldades para
alinhar os interesses comuns.
A própria
Secretaria de Estado da Indústria, Comercio e Mineração se desdobra na
construção de um sistema raiado na teoria, desordenado na prática, além de
distante do médio e grande empreendedor pela falta elementos técnicos para
fornecer àqueles que precisam orientar os projetos que estão propondo colocar
em prática no Estado.
Nível de
emprego definhando, recursos públicos muito escassos, terras com indefinição de
propriedade, meio ambiente cheio de regras confusas e sem um programa de
desenvolvimento, formam um cenário sem portas ou saídas para resolução da crise
que avança sobre os empresários – pequenos, médios e grandes -, que insiste na
luta contra a “maré vazante”.
Além das
dificuldades por causa da crise econômica nacional e local, ainda a falta de
confiança nas regras do Estado e na indisponibilidade de mão-de-obra. Muito
embora seja um paradoxo: falta de emprego e falta da mão de obra.
A mão-de-obra
desempregada precisa passar por uma preparação para atender as vagas oferecidas
no novo modo econômico, com desenvolvimento de programas públicos de curto
prazo para treinar a população economicamente ativa e que está desativada,
vinda de outros setores da economia.
Sem dinheiro
para atrair investidores o Estado se debate com projetos rápidos que propicie
condições de pagar os funcionários. A queda na arrecadação estadual, combinada
com a queda da arrecadação nacional, além da significativa sangria da dívida
pública estadual combina uma resultante que parece avançar na construção de uma
sociedade injusta e cada vez com mais problemas.
Um ano perdido
por uma administração, em regra, precisa de dois para equilibrar o binômio
necessidade/possibilidade. A situação, entretanto, torna-se exponencial, quando
a perspectiva de dificuldades e retrações continuam por mais de um ano.
Compreender o
momento de crise é importante. Mas todos precisam ter essa compreensão para que
as dificuldades não aumentem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário