Rodolfo Juarez
A sociedade
civil precisa encontrar uma forma de influir nas decisões que os setores
públicos, em todas as áreas, estão tomando e que interferem diretamente no modo
de vida da população.
Não basta mais
esperar que o governo acerte o passo ou que encontrem o caminho de um
desenvolvimento inclusivo e amplo, onde todos sejam esperados para seguir como
tripulante ou passageiro do mesmo barco.
Apenas esperar
não tem sido uma boa estratégia. Os resultados obtidos estão quase todos,
desagradando a população que se vê em rumos paralelos, onde o Estado segue numa
via e a população em outra.
No Amapá a
situação ainda é mais grave, pois, as janelas de comunicação entre os grupos
que têm assumido a responsabilidade de trabalhar pelo povo, acabaram se
fechando todas e se esqueceram de colocar as dobradiças para, pelo menos de vez
em quando, abri-las mesmo que para o pedido de uma simples informação.
A torcida do
quanto pior melhor para quem está de fora, criticando, não tem dado certo, uma
vez que, ao lado desse grupo - mesmo que indiferente a ele -, está a imensa
maioria da população.
Em uma
situação assim torna-se inviável o alcance da eficiência, tão necessária em
todos os ambientes públicos e privados da atualidade local e nacional.
Reconhecer as
dificuldades pode ser atribuição de uma minoria, mas enfrentar essa mesma
dificuldade é atribuição de todos. Ninguém pode ficar de fora. Todos são
absolutamente indispensáveis ao trabalho que precisa ser feito.
É por isso que
a sociedade tem que intervir. Afinal de contas é ela que chancela os seus
representantes, quando através da maioria dos eleitores, escolhe os seus
dirigentes e representantes. Se essa é a regra, então precisamos usá-la
adequadamente, coerente com as necessidades e com o objetivo comum.
Se os
dirigentes e os representantes não conseguem dar um rumo só para os interesses
de todos, então é preciso que a sociedade intervenha de uma forma que não rompa
as regras e que, ao contrário, obediente a todas elas, mostre os erros que os
agentes públicos estão cometendo.
Já está na
hora da sociedade reagir com os seus grupos sociais organizados e que
compreendam o papel e as dificuldades que o setor público atravessa.
De pouco
adiantaria tentar, por dentro da estrutura estatal, tentar alterar o rumo das
principais questões que estão na pauta da população, uma vez que essas
tentativas são frustradas pela incapacidade das autoridades compreenderem,
primeiro as suas próprias dificuldades, depois as dificuldades estruturais e
conjunturais, bem como os interesses primários de uma população.
A forma como
está definida a estrutura da gerencia dos interesses públicos é preciso que
haja otimização de recursos e tempo, exatamente o que a estrutura atual não
consegue fazer, seja em um estado pequeno como o Amapá, ou mesmo na Federação
de todos os estados brasileiros.
Os defeitos
estão postos e cada vez mais propagandeados; os predicados permanecem ocultos e
cada vez mais em desuso. Essa regra precisa mudar, pois, é exatamente ela que
tem produzido os contrastes que são apresentados na interpretação dos
interesses e das vontades.
Não é possível
que o que todos estão vendo só não seja visto por quem deveria ver. Isso é
menosprezar a inteligência das massas, dos grupos e das pessoas.
Errar continua
sendo um dos predicados permitidos. O que não pode ser feito é errar quando
esse erro influencia na vida daqueles que confiou no que está errando.
Com a
participação efetiva da sociedade civil, mesmo que de forma transversa, é
possível que os representantes e dirigentes, escolhidos pelo povo através do
voto, mudem de linha e entrem no rumo do desenvolvimento social e econômico,
exatamente como sempre esperou o povo.
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