domingo, 12 de julho de 2015

Rumos paralelos

Rodolfo Juarez
A sociedade civil precisa encontrar uma forma de influir nas decisões que os setores públicos, em todas as áreas, estão tomando e que interferem diretamente no modo de vida da população.
Não basta mais esperar que o governo acerte o passo ou que encontrem o caminho de um desenvolvimento inclusivo e amplo, onde todos sejam esperados para seguir como tripulante ou passageiro do mesmo barco.
Apenas esperar não tem sido uma boa estratégia. Os resultados obtidos estão quase todos, desagradando a população que se vê em rumos paralelos, onde o Estado segue numa via e a população em outra.
No Amapá a situação ainda é mais grave, pois, as janelas de comunicação entre os grupos que têm assumido a responsabilidade de trabalhar pelo povo, acabaram se fechando todas e se esqueceram de colocar as dobradiças para, pelo menos de vez em quando, abri-las mesmo que para o pedido de uma simples informação.
A torcida do quanto pior melhor para quem está de fora, criticando, não tem dado certo, uma vez que, ao lado desse grupo - mesmo que indiferente a ele -, está a imensa maioria da população.
Em uma situação assim torna-se inviável o alcance da eficiência, tão necessária em todos os ambientes públicos e privados da atualidade local e nacional.
Reconhecer as dificuldades pode ser atribuição de uma minoria, mas enfrentar essa mesma dificuldade é atribuição de todos. Ninguém pode ficar de fora. Todos são absolutamente indispensáveis ao trabalho que precisa ser feito.
É por isso que a sociedade tem que intervir. Afinal de contas é ela que chancela os seus representantes, quando através da maioria dos eleitores, escolhe os seus dirigentes e representantes. Se essa é a regra, então precisamos usá-la adequadamente, coerente com as necessidades e com o objetivo comum.
Se os dirigentes e os representantes não conseguem dar um rumo só para os interesses de todos, então é preciso que a sociedade intervenha de uma forma que não rompa as regras e que, ao contrário, obediente a todas elas, mostre os erros que os agentes públicos estão cometendo.
Já está na hora da sociedade reagir com os seus grupos sociais organizados e que compreendam o papel e as dificuldades que o setor público atravessa.
De pouco adiantaria tentar, por dentro da estrutura estatal, tentar alterar o rumo das principais questões que estão na pauta da população, uma vez que essas tentativas são frustradas pela incapacidade das autoridades compreenderem, primeiro as suas próprias dificuldades, depois as dificuldades estruturais e conjunturais, bem como os interesses primários de uma população.
A forma como está definida a estrutura da gerencia dos interesses públicos é preciso que haja otimização de recursos e tempo, exatamente o que a estrutura atual não consegue fazer, seja em um estado pequeno como o Amapá, ou mesmo na Federação de todos os estados brasileiros.
Os defeitos estão postos e cada vez mais propagandeados; os predicados permanecem ocultos e cada vez mais em desuso. Essa regra precisa mudar, pois, é exatamente ela que tem produzido os contrastes que são apresentados na interpretação dos interesses e das vontades.
Não é possível que o que todos estão vendo só não seja visto por quem deveria ver. Isso é menosprezar a inteligência das massas, dos grupos e das pessoas.
Errar continua sendo um dos predicados permitidos. O que não pode ser feito é errar quando esse erro influencia na vida daqueles que confiou no que está errando.

Com a participação efetiva da sociedade civil, mesmo que de forma transversa, é possível que os representantes e dirigentes, escolhidos pelo povo através do voto, mudem de linha e entrem no rumo do desenvolvimento social e econômico, exatamente como sempre esperou o povo. 

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