Rodolfo
Juarez
O
desempenho da arrecadação do Estado do Amapá referente ao mês de janeiro é de
deixar preocupado qualquer dos responsáveis pelo resultado fiscal desta unidade
da Federação que vê, com muita preocupação, o que está acontecendo em outras
unidades pelo Brasil.
Os dois
principais tributos que compõe a receita estadual são o FPE (transferência
constitucional) e o ICMS (arrecadação local) que respondem por mais da metade
de todo o previsto no Orçamento do Estado (52% em 2015), o FPE ainda contará,
em 2016, com a sangria estimada de 20 milhões mensais para pagar parcelas dos
contratos de empréstimos feitos em até 2013.
A
queda, em janeiro de 2016, quando comparado com janeiro de 2015, foi de 14,37%
no ICMS e 12,71% no FPE.
O
Governo do Estado não tomou as providências que deveria ter tomado em 2015,
quando iniciava a governança, preferindo adotar medidas paliativas como a
decretação de emergência na saúde, prioridades para educação, saúde e segurança
pública, e um contingenciamento de 40% que inibiu todas as atitudes proativas
dos demais setores que são do Governo do Estado.
Durante
o ano, além das medidas paliativas, os decretos que tinham o objetivo de contar
despesas não foram eficazes e o objetivo não foi alcançado, pois, além do
reconhecido gigantismo do governo houve contratações que inflaram a folha de
pagamento pelo aumento do número de servidores.
Foram
gastos 180 milhões, a mais, com pessoal em 2015 do que fora gasto na mesma
rubrica em 2014, passado o total bruto, no ano passado, dos 2 bilhões de reais.
Os
técnicos da receita estadual já sabiam do número que foi divulgado pelo IBGE na
semana passada de que o Estado do Amapá foi 2.º em fechamento de empresas,
principalmente comerciais, de onde vem grande parte do ICMS.
Eles,
os funcionários da Receita Estadual, já reconhecem que o Estado precisa reduzir
o seu tamanho, cortar gastos, inclusive com pessoal, antes que os problemas
entrem na lista dos impossíveis de serem resolvidos.
As medidas
tomadas com o aumento do ICMS de alguns produtos, dos quais foram elevadas as
alíquotas para 29%, como cerveja, óleo diesel, entre outros, não estão
oferecendo os resultados esperados devido a queda no consumo.
Das
sete parcelas que compões o total da receita de tributos arrecadados no Estado,
apenas duas apresentaram crescimento em janeiro de 2016, quando comparado com
janeiro de 2015. Imposto de Transmissão e Imposto de Renda Retido na Fonte. As
outras cinco são: ICMS, IPVA, TAXAS, OUTRAS RECEITAS e DIVIDA ATIVA.
Enquanto
em janeiro de 2015 foram arrecadados R$ 90,04 milhões; em 2016, no mesmo
período, foram arrecadados R$ 75,93 milhões.
Cortar
as despesas é o único caminho, pois, aumentar a receita com acréscimos de
impostos seria suicídio político.
Quanto
aos poderes é importante que os seus dirigentes fiquem atentos, pois não está
descartada a redução dos duodécimos, como prevê a legislação, em caso de queda
sistemática na arrecadação estimada e que é a base da sustentação da Lei do
Orçamento de 2016.
O
problema está deixando de ser apenas do Executivo Estadual e passando a ser do
Estado do Amapá. Todos devem ficar atentos, principalmente os gestores órgãos e
os funcionários do estado.
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