Rodolfo
Juarez
Outra
vez está o meio ambiente no centro das discussões. O equilíbrio rompido pelas
instalações de usinas de transformação de energia hidráulica em energia
elétrica no rio Araguari, o maior rio genuinamente amapaense, continua sendo
uma grande interrogação para os técnicos e administradores do setor.
O fato
pode estar relacionado à elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e ao
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) que serviu de orientação, para as
empresas que se instalaram ali, na construção das hidrelétricas e a
comercialização da energia gerada.
Até
agora os gerentes das empresas sustentam a tese de que tanto o EIA como o RIMA
foram apresentados para os técnicos do Estado e do Governo Federal, através da
agência de regulação que trata do setor elétrico.
O
resultado para o amapaense não está sendo o prometido. Nem os que estão nas
áreas de influência direta das hidrelétricas, como os moradores de Ferreira
Gomes, Porto Grande e Cutias; como aqueles para os quais foram prometidos uma
energia limpa, ecologicamente aceitável e economicamente mais barata.
Até
agora nada deu certo.
Os
peixes estão morrendo sem explicação aceitável, a caça está afugentada e sem
condições de ser preservado mesmo nas áreas protegidas, o rio Araguari dá
sinais claros de fadiga e já mudou até a sua classificação considerando o
volume de água da bacia, os efeitos já são sentidos com o desaparecimento da
pororoca e com a aceleração das caídas nas ilhas do arquipélago do Bailique, a
energia aumentou de preço, a empresa concessionária, a CEA, foi federalizada
deixando um prejuízo para o amapaense pagar superior a um bilhão e quatrocentos
milhões de reais.
Até
agora nenhum benefício foi apurado, a não ser para as empresas construtoras que
executaram as obras de construção das hidrelétricas, pois, nem mesmo o
prometido desenvolvimento para os moradores das áreas, em foram de recompensa
pela perda do rio, chegou e isso desespera a todos.
Um
negócio, que agora se sabe, foi mal feito!
Mesmo
assim as tentações continuam. Pelo menos mais três barragens estão em estudos
com os técnicos alienígenas indicando o potencial para a construção de um
aumento da geração nas turbinas da Eletronorte, no Paredão, e mais duas que
ficariam mais próximos da cabeceira do rio Araguari.
O
problema em todo região de influência do rio é muito sério e até a criação mais
que centenária dos búfalos já foi colocada como mais prejudicial à área do que
a instalação das geradoras de energia.
O
Linhão do Tucuruí não deu a resposta que os políticos e os técnicos da
Eletrobrás e Eletronorte apregoavam.
O Amapá
está prejudicado. Muitos ainda reclamam do que o Governo Federal fez com o
Parque do Tumucumaque, sem deixar qualquer compensação para a população do
Estado, mas, na mesma linha estão os licenciamentos ambientais para a
construção de barragens, além de não deixarem as compensações, entregam um rio
devastado, a fauna e a flora em xeque e a população prejudicada.
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