segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Pior que o Parque

Rodolfo Juarez
Outra vez está o meio ambiente no centro das discussões. O equilíbrio rompido pelas instalações de usinas de transformação de energia hidráulica em energia elétrica no rio Araguari, o maior rio genuinamente amapaense, continua sendo uma grande interrogação para os técnicos e administradores do setor.
O fato pode estar relacionado à elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e ao Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) que serviu de orientação, para as empresas que se instalaram ali, na construção das hidrelétricas e a comercialização da energia gerada.
Até agora os gerentes das empresas sustentam a tese de que tanto o EIA como o RIMA foram apresentados para os técnicos do Estado e do Governo Federal, através da agência de regulação que trata do setor elétrico.
O resultado para o amapaense não está sendo o prometido. Nem os que estão nas áreas de influência direta das hidrelétricas, como os moradores de Ferreira Gomes, Porto Grande e Cutias; como aqueles para os quais foram prometidos uma energia limpa, ecologicamente aceitável e economicamente mais barata.
Até agora nada deu certo.
Os peixes estão morrendo sem explicação aceitável, a caça está afugentada e sem condições de ser preservado mesmo nas áreas protegidas, o rio Araguari dá sinais claros de fadiga e já mudou até a sua classificação considerando o volume de água da bacia, os efeitos já são sentidos com o desaparecimento da pororoca e com a aceleração das caídas nas ilhas do arquipélago do Bailique, a energia aumentou de preço, a empresa concessionária, a CEA, foi federalizada deixando um prejuízo para o amapaense pagar superior a um bilhão e quatrocentos milhões de reais.
Até agora nenhum benefício foi apurado, a não ser para as empresas construtoras que executaram as obras de construção das hidrelétricas, pois, nem mesmo o prometido desenvolvimento para os moradores das áreas, em foram de recompensa pela perda do rio, chegou e isso desespera a todos.
Um negócio, que agora se sabe, foi mal feito!
Mesmo assim as tentações continuam. Pelo menos mais três barragens estão em estudos com os técnicos alienígenas indicando o potencial para a construção de um aumento da geração nas turbinas da Eletronorte, no Paredão, e mais duas que ficariam mais próximos da cabeceira do rio Araguari.
O problema em todo região de influência do rio é muito sério e até a criação mais que centenária dos búfalos já foi colocada como mais prejudicial à área do que a instalação das geradoras de energia.
O Linhão do Tucuruí não deu a resposta que os políticos e os técnicos da Eletrobrás e Eletronorte apregoavam.

O Amapá está prejudicado. Muitos ainda reclamam do que o Governo Federal fez com o Parque do Tumucumaque, sem deixar qualquer compensação para a população do Estado, mas, na mesma linha estão os licenciamentos ambientais para a construção de barragens, além de não deixarem as compensações, entregam um rio devastado, a fauna e a flora em xeque e a população prejudicada.  

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