Rodolfo
Juarez
Macapá
está, de novo, fazendo aniversário de fundação: é o ducentésimo qüinquagésimo
oitavo. Oportunidade para se falar da cidade, analisar o seu estado atual,
imaginar o tempo que passou. Os bons e maus momentos que foram ficando para
traz e as consequências dos erros cometidos por aqueles que disseram que
estavam prontos para se dedicar à sua administração.
Uma
cidade que foi impondo à sua população os resultados de um mundo moderno, cheio
de violência e carência, e não oferecendo os instrumentos de salvaguarda que
seriam esperados daqueles que ganharam e ganham o dinheiro da sociedade para
criar condições adequadamente seguras para viver e conviver.
A
cidade reclama pelo maltrato através dos habitantes que sabem que há condições
para viver em um ambiente melhor, mais saneado e com atendimento social capaz
de assegurar confiança em cada um dos que moram na cidade.
É
importante lembrar que faz tempo que a cidade não oferece à sua população essa
confiança, deixando-a cada vez mais duvidando da capacidade daqueles que
disseram que estavam dispostos a tratar da cidade e de seu povo, como se fosse
a sua casa e a sua família.
Os
valores foram, ao longo do tempo, sendo invertidos e as atenções deixaram de
ser comum e passaram a ser para os grupos ou para as pessoas que eventualmente
estão no plantão para resolver os problemas comuns.
Os 258
anos vividos pela cidade são testemunhas de vários momentos e que, agora, são
os indicadores que deveriam servir de pontos de análise para encaminhar solução
para os diversos problemas.
Como o
dinheiro que é disponibilizado para os administradores é considerado curto
demais, as prioridades são definidas por esses administradores e, na maioria
das vezes, são prioridades que não estão de acordo com o que pretendem os
moradores, esses incríveis pagadores de tributos.
Macapá
e seu povo não vivem um bom momento! E não é por causa da crise. As
responsabilidades são de muitos: daqueles que estão ou estiveram na administração
municipal e daqueles que têm endereço na cidade e não se importam com a sua
condição.
Um povo
que apesar do sofrimento ainda tem esperança!
Macapá
pode ser melhor. Sempre é esperado alguém que surpreenda a todos, que demonstre
capacidade inventiva na administração e seja o comandante desse povo que
precisa voltar a confiar em alguém, precisa de um líder para seguir.
As
belezas naturais de Macapá não mais estão sendo suficientes para estancar a
raiva dos que deveriam fazer mais e não fazem. Nem mesmo do meio dos
aventureiros sai alguém capaz de empolgar, receber aplausos, se mostrado como
comandante.
Enquanto
isso os oportunistas vão passando incólume, prejudicando à cidade e a si mesmo,
deixando um rastro de incompetência por todos os lados, não avançando nas suas
propostas de vida ou profissional e se enclausurando, depois de pouco tempo,
nas fortalezas particulares que são construídas pelo cimento ou pela vergonha.
Vai
começar um novo ciclo temporal para a cidade. A partir do dia 5 de fevereiro
Macapá espera respirar o ano novo do começo da recuperação, do início da
retomada por aqueles que precisam tratá-la melhor, respeitá-la e a seu povo,
demonstrando que querem ser lembrados como pessoas que marcaram o tempo na
cidade e não aqueles que saquearam a cidade.
A
esperança ainda perdura e um dia, quem sabe, ainda comemoraremos o aniversário
de Macapá sem reclamar e apenas exaltar.
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