Rodolfo Juarez
A CEA –
Companhia de Eletricidade do Amapá precisou de pouco tempo, depois de
federalizada, para recuperar o seu status de mercadoria pronta para negócio, e
entra na lista de balcão, agora, do Governo Federal.
Por
muito tempo, mais de 15 anos, foi uma empresa que era negociada pelo Governo do
Estado do Amapá que sempre dava preferência para os políticos que tinham
mandato pelo Partido dos Trabalhadores e quis o destino que, agora, fosse exatamente
o Partido dos Trabalhadores que negociasse com um político de outra sigla,
casualmente o PTN, que tem, no Amapá, Jozi Araújo, ex-Jozi Rocha, nome com o
qual se elegeu deputada federal em 2014.
Recentemente
a CEA foi considerada a empresa “mais odiada” do Amapá em consulta de opinião
pública, indicando que havia necessidade de readequação de suas políticas,
principalmente com os seus consumidores, clientes da empresa, que estão
responsáveis pelo pagamento de um empréstimo de um bilhão e quatrocentos milhões
e que receberam de “recompensa” a multiplicação do valor da tarifa.
Os
problemas da CEA continuam tão graves quanto antes, mesmo com o pagamento feito
com dinheiro de empréstimo que está divido em parcelas que teria a última
parcela quitada em 2034 e que, agora, se promete alongar o pagamento até 2044.
O
empréstimo autorizado pelos deputados estaduais e feito pelo Governo do Estado
para resolver o problema patrimonial da Companhia de Eletricidade do Amapá se
transmudou, em 2015, passando de solução para a CEA para um problema, ainda
maior, para o Estado.
Todo
esse esforço do povo do Amapá parece não ter valido nada ou apenas para piorar
a situação uma vez que o preço da energia não baixou, muito pelo contrário
aumentou e muito, a dívida continua monumental e com o Estado sem condições de
pagá-la, a energia fornecida aos consumidores é de péssima qualidade e com
interrupções que irritam pela falta de explicação.
Também
não valeu o esforço para sanear a empresa que mais uma vez vira mercadoria,
agora em troca do voto de uma deputada que até agora não disse o que foi fazer
em Brasília.
Não
tenho ideia como o povo vai receber essa notícia. A troca da gestão da empresa
seria muito boa, mas não dessa maneira e com essas características, ou seja, as
mesmas que são ditas que levaram a CEA para a insolvência e que agora puxa o
próprio Estado devido a dívida que assumiu e que sangra boa parte dos recursos
do Tesouro Estadual, criando dificuldades para os funcionários e o povo do
Amapá.
Enquanto
os administradores oferecerem organizações públicas em troca de apoio ou votos
e, enquanto os políticos fizerem dos seus mandatos moeda que pode comprar a
consciência de outros, então as dificuldades serão devolvidas para serem
assumidas pela população e o eleitor ficará com a incumbência de eliminar quem
participa desse tipo de negociação.
Muito
cuidado!
Mais
uma vez a CEA pode estar entrando em uma administração de alto risco e
produzindo gigantescos problemas para serem resolvidos pela população.
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