quinta-feira, 10 de novembro de 2016

O Governo do Estado precisa acalmar os sindicatos

Rodolfo Juarez
Ao invés dos R$ 50,98 bilhões inicialmente anunciados pela Receita Federal do Brasil como produto da arrecadação do Imposto de Renda e Multa sobre os ativos mantidos no exterior e não declarados até o dia 31 de dezembro de 2014, a recontagem, depois da verificação de que pessoas físicas e jurídicas não atenderam o que dispõe a Lei Federal 13.254/2016, o valor real arrecadado diminuiu para R$ 46,8 bilhões, nova base de cálculo para repartir o arrecadado neste título entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Dos R$ 46,8 bilhões arrecadados, R$ 4,02 bilhões destinam-se aos Estados e ao Distrito Federal, submetido ao mesmo critério da divisão do Fundo de Participação dos Estados que levam em consideração vários fatores e que depois de sopesados, para o Amapá haverá um repasse referente a esta específica arrecadação de R$ 140.978.174,84.
Menor do que as especulações que chegaram a um máximo de 180 bilhões de reais até um mínimo de 150 bilhões de reais.
A equipe econômica do Governo do Estado já anunciou que esse recurso extra será usado para pagar o 13.º salário dos servidores do Estado: Efetivos, Federais, Cargos e Contrato, em torno de 32 mil servidores e com uma folha de pagamento superando os R$ 170 milhões de reais.
Avalia-se que houve precipitação dos agentes do Governo do Estado fazer o anúncio da aplicação do recurso extra, sem, sequer, ter a certeza de quanto seria o total que entraria no Tesouro do Estado.
A falta de cuidado com os anúncios, mesmo quando se trata de uma medida razoavelmente positiva e eventualmente ocorrida, os erros acabam por anular o que poderia ser um ponto positivo para o Governo, como já não bastasse a obrigação de pagar o décimo terceiro se valendo de estratégias administrativas já adotadas em todas as organizações de médio e grande porte.
No Governo do Amapá a crise virou discurso e desculpa para tudo, e a falta de iniciativa se torna comum e anuladora das intenções, principalmente as boas.
Houve quem reclamasse até da tabela de índices na qual se baseia a distribuição de valores e, mais, a busca pela repartição do valor da multa, que sabem muito bem os dirigentes, ou deveriam saber, que não pode ser objeto de exigência e sim de negociação. Alegar injustiça não cabe nesse caso.
As outras obrigações, que não poderão ser cobertas pelo repasse extra, ficarão descobertas, irritando os credores e os fornecedores que veem final do exercício chegar e o Governo do Estado sem condições de saudar as dívidas que cotraiu e que vão desde a retenção do que pertence à Amprev, descontado dos servidores, até ao pagamento dos pequenos empresários, fornecedores de serviços e mercadorias para as secretarias de Educação e Saúde.
A discussão do orçamento de 2017, um dos mecanismos para ajustar as Despesas à Receita, não abre discussão e fica encastelado em salas refrigeradas, longe dos fornecedores e credores, sem possibilidade de contribuir para que os maus resultados contaminem o próximo exercício, desde a distribuição do orçamento.
A desaprovação das gestões mantidas com fundamentos não renovados e querendo seguir o modelo que não está dando certo, é um alerta para os atuais gestores, pois, a população já questiona os resultados prometidos e que não apareceram nos dois primeiros anos do atual Governo, agora com avaliação pior do que aquela que foi obtida pelo governo anterior.

Conformar-se com esta situação não é mais possível. O Governo precisa reagir.

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