Rodolfo Juarez
Mais
uma vez a discussão do Orçamento Anual do Estado do Amapá é feita para um
público restrito e por um grupo de “donos da verdade” que veem errando nas suas
análises e aprovando uma lei que precisa de ajuste desde os primeiros momentos
de sua execução.
Desde a
proposta do Projeto de Lei das Diretrizes Orçamentárias, quando se estima a
receita e elabora a distribuição das despesas por órgão ou programa, que se tem
a impressão que essa peça, tão importante para a governança, é mantida longe da
imprensa e, por conseguinte, da população.
É
através da Lei de Diretrizes Orçamentária, aprovada até junho, que o Executivo
Estadual estima a receita, ou seja, apresenta o valor total estimado como
receita do Estado para o ano seguinte, no caso 2017, e faz a distribuição
desses recursos, oriundos dos tributos pagos pelo contribuinte, para o Tribunal
de Justiça, para o Tribunal de Contas, para a Assembleia Legislativa, para o
Ministério Público, definidas essas cotas, cada um desses órgãos teve até o
final de setembro para encaminhar para o Executivo Estadual (Governo do Estado)
o seu próprio orçamento, que sistematiza e encaminha ainda em setembro, para os
deputados na Assembleia Legislativa.
Observa-se
que todos esses prazos já foram vencidos em 2016 e foram poucos os que tomaram
conhecimento dessa importante distribuição dos recursos da população.
O
Projeto de Lei do Orçamento Anual está na última fase de elaboração, ou melhor,
discussão, pois os deputados têm que decidir e votar o projeto que se
transformará em Lei do Orçamento Anual até o começo do da segunda quinzena do
mês de dezembro.
O ano
todo, aliás, desde 2015, que o governador do Estado e os seus auxiliares da
área econômica, têm o discurso afinado: todos dizem que “o Amapá está em
crise”, mesmo assim, passados dois anos, não tornam a discussão do orçamento,
um dos indicadores da “tal crise”, muito embora seja um assunto de interesse
público.
E tinha
que ser de interesse público, pois afeta, diretamente, todos os setores da área
econômica do estado, inclusive o comércio, que não consegue receber o que vende
para o Estado e a repercussão é sentida na Administração, que sente falta de
material e serviço, além de causar inadimplência de toda ordem no comercio.
Na
intimidade o Governo do Estado não consegue pagar os salários em dia, tendo que
fatiá-lo para ajustar aos repasses do Governo Federal, além de não conseguir
transferir, conforme ordem constitucional, os repasses para os Poderes do
Estado como: o Poder Legislativo (incluído o Tribunal de Contas do Estado), o
Poder Judiciário e do Ministério Público.
O Poder
Executivo é o que fica com a maior parte da Receita Estimada, mas está
superdimensionado, e por isso, os controladores lançam mão de uma ação que
precisaria ser utilizada em casos excepcionais – o contingenciamento.
A
principal consequência do contingenciamento é a inapetência de órgãos
importantes que ficam como “mãos atadas” pela falta de recursos para realizar
suas atividades.
Nesse
momento o Projeto de Lei do Orçamento Anual se encontra na Assembleia
Legislativa para ser discutido, mas os deputados passam a impressão que não
querem fazer isso e, mais uma vez, essa importante lei vai ser aprovada sem
discussão e conhecimento do povo e, mais uma vez, vai ser uma ficção,
propositadamente construída para não servir ao Estado e, por conseguinte, à
população, que presenciará os absurdos dos altos salários e a incapacidade de
resolver problemas simples, mas muito importante para essa mesma população.
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