Rodolfo Juarez
Coisas
estranhas e importantes acontecem no Amapá, que são do direto interesse da
população, e que ou não são divulgadas ou são divulgadas de forma disfarçada,
ao que parece, para não chamar a atenção.
Os
assuntos que envolvem a Companhia de Eletricidade do Amapá é um desses negócios
e que serve de exemplo, mesmo não sendo o único.
Desde o
tempo em que as autoridades do setor de energia elétrica ameaçam com a
declaração de caducidade do contrato de concessão que a CEA mantinha com o
Ministério de Estado de Minas e Energia para distribuir energia elétrica em
todo o território do Estado do Amapá, que o assunto é muito sério e, também,
muito escamoteado.
Quando
alguém patrocinou o movimento “A CEA É NOSSA” a população foi induzida a
acreditar que não era possível, sequer, tratar do assunto caducidade e,
tampouco, federalização.
Acontece
que os índices econômico-financeiros da empresa só pioravam e a federalização
passou a ser anunciada como aceitável e a caducidade desprezível, afinal de
contas “a Cea não poderia perder o contrato de concessão de distribuidora
exclusiva de energia elétrica para o Estado do Amapá”.
O tempo
passou, a Eletronorte pressionou pelo recebimento dos seus créditos e, com
isso, a possibilidade de manter a CEA como empresa distribuidora de energia
para o Amapá poderia ser considerada desde que houvesse a quitação da dívida.
Feito o
levantamento as autoridades do Governo do Estado de então chegaram à conclusão
que a solução viria com o pagamento da conta para a Eletronorte e a primeira
parcela das obrigações sociais negociadas. Os técnicos de então (Governo
Camilo) chegaram à conclusão que 1 (um) bilhão e 400 (quatrocentos) milhões
eram suficientes.
Pedida
a autorização para os deputados estaduais, com raros votos contra, foi aprovada
a autorização para o empréstimo. O empréstimo foi feito baseado em um contrato
que significou um negócio mal feito e o dinheiro acabou - as dívidas não -,
continuaram inflando e os problemas crescendo. Agora, a conta gigantesca só
poderia ser paga pela população.
Houve a
intervenção e, logo em seguida, a cassação da concessão através de uma
declaração de caducidade, mesmo com a empresa federalizada.
Para
que não houvesse um colapso no sistema o Ministério de Minas e Energia
encontrou a “solução mágica” e, através da Portaria n.º 442, de 23 de agosto de
2016, designou, com base no caput do
art. 9.º da 12.783, de 11 de janeiro de 2013, a Companhia de Eletricidade do
Amapá – CEA, como responsável pela
prestação do serviço público de distribuição de energia elétrica, “com
vistas a garantir a continuidade do serviço”.
Em
seguida, no art. 2.º da Portaria n.º 442, diz que a prestação do serviço
dar-se-á até a assunção da nova
concessionária.
Na mesma
portaria são citados os períodos de Reajuste Tarifário e de Revisão Tarifária,
exatamente a marreta que ameaça cair sob a cabeça dos consumidores amapaenses.
Houve
assim a confirmação de que o negócio feito para “salvar” a CEA foi mal feito e
a conta total está caindo no colo da população que não recebeu, até agora, as
informações sobre o verdadeiro motivo do desacerto havido na Companhia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário