domingo, 22 de janeiro de 2017

Obras públicas paradas e inacabadas

Rodolfo Juarez
Alguns fatos estão desafiando a paciência da população e a competência daqueles que têm a obrigação administrativa de entendê-los e o compromisso técnico assumido em resolvê-los.
Os detentores de mandato, resultado da escolha dos eleitores, de um modo geral, sabem perfeitamente, que o período que lhe foi confiado pela população para gerir os interesses de todos, tem começo, meio e fim, mesmo assim a maioria deles prefere fingir que não sabe disso e começam a achar que o período para o qual foram eleitos é pequeno para realizar as promessas que ele mesmo fez e que garantiu que resolveria em quatro ou menos anos.
O tempo tem mostrado que se trata de mais um estratégia para permanecer no poder, mesmo apresentando resultados que não condizem com o que foi gasto no período e, principalmente, as alegações feitas, em forma de justificativas, que vão mudando com o passar dos anos do período que lhe foi dado, pelo eleitor, em nome da população.
Os resultados estão por ai, em todo o país, desafiando a todos para entender as artimanhas utilizadas para contornar as suas promessas, enfrentar as metas definidas pela população, o próprio programa apresentado quando se inscreve para ser candidato e acreditando na máxima de que o eleitor tem memória curta.
O Estado do Amapá padece desses compromissos não cumpridos.
Apenas e tão somente como exemplo vamos comentar três obras, mas os projetos inacabados permeiam todos os setores da administração pública dos três Entes, como verdadeiros sugadores do dinheiro público que é decorrente dos tributos pagos por todos os brasileiros e que nunca dá e nunca atende à sanha gastadora dos gestores, que se mostram como mestres em desculpas esfarrapadas e inusitadas.
O primeiro exemplo teste é o píer do Santa Inês. Uma obra que não provou a sua necessidade até agora, mas que, em seu nome, “engoliu” muito dinheiro do erário e o mais curioso é que se trata de uma obra que a população enxerga todos os dias, mas que se acostumou, pelos seis anos que ali está, desafiando a paciência da população e os gestores que insistiram na sua importância e depois a abandonaram, sem qualquer explicação, a não ser de que falta dinheiro. Assim, a população fica longe da verdade por causa do insistente disfarce dos gestores.
O segundo exemplo é o Shopping Popular. Este está no centro da cidade, também desafiando a paciência da população. O Poder Público, de forma geral, não se entende com relação a essa obra. Ninguém quer assumir a responsabilidade pela decisão que foi tomada e que implicou na “implosão” da feira que existia - e funcionava -, com a promessa de construir um ambiente moderno, cheio de oportunidades para os empreendedores com menos condições na Capital. Apenas promessa e o que resta no local são fundações duvidosas, alguns pilares e ferragens expostas ao tempo por mais de 6 anos. E fora dali uma instalação que seria provisória, onde muito pequenos empreendedores alimentam a esperança de, um dia quem sabe, ver realizado o que lhe foi prometido, por muitas vezes.
O terceiro exemplo é a BR-156. Exemplo de má gestão. Há muito tempo, mas muito tempo mesmo, que os diversos responsáveis vêm renovando a esperança da população de, um dia, essa que é a construção rodoviária, em andamento, mas antiga do Brasil, terminar a sua construção. Vidas perdidas na luta dos pioneiros e agora, parece não mais comover ninguém. Tudo é debitado na longa conta dos “acidentes” e, preferencialmente, com a culpa do condutor. Um poço sem fundo, engolidor de dinheiro público, que a população não compreende, mas sabe que precisa ser tampado.

Outras obras também poderiam servir de exemplo como: Estádio Glicério Marques, Ciosp de Santana, Hospital do Câncer, Estação de Passageiros do Aeroporto de Macapá, Rodovia Norte-Sul, Ponte do Jari, AP-70 e tantas outras que já, ao que parece, estão riscadas dos interesses dos gestores, todos eles, responsáveis pelo enterro de muitos milhões de reais que poderiam estar melhorando a qualidade de vida da população. 

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