quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

No Amapá o serviço de manutenção de rodovias está em crise

Rodolfo Juarez
As rodovias amapaenses - federais, estaduais e municipais -, começam a sucumbir à falta de planos de manutenção e a falta da própria manutenção, tanto no leito das estradas e seus elementos formadores, como nas obras de artes e suas especiais localizações.
Não é possível que pontes de madeira tombem por excesso de cargas sobre o deslizante e seu tabuleiro; que deslizante, tabuleiro e estrutura se rompam quando do transporte de uma máquina de operação rodoviária passe por uma delas; não é aceitável  que vidas de trabalhadores sejam perdidas pelo apodrecimento de uma estrutura que está avista da fiscalização rodoviária.
A sociedade paga – e paga bem –, técnicos especialistas e estruturas públicas para cuidar das rodovias, além de gastar fábulas de dinheiro do contribuinte em programas de manutenção que se mostram impróprios a partir dos resultados, como os contabilizados na semana passada na Perimetral Norte.
O tráfego de veículos, leves ou pesados, de passageiros ou de carga, nas rodovias federais tem a fiscalização da Polícia Rodoviária Federal que precisa agir preventivamente também com relação às condições, para esse tráfego, na rodovia e sua infraestrutura. O mesmo procedimento se pode exigir para as rodovias estaduais que apresentam problemas equivalentes e as rodovias municipais que estão abandonadas e sem quem delas tome conta.
Um recente acidente registrado na BR-210, no trecho que não perdeu o nome de Perimetral Norte, com a falência da ponte de madeira na fronteira dos municípios de Porto Grande e Pedra Branca do Amapari, além dos prejuízos materiais, levou para a sepultura um trabalhador.
Houvesse o programa de manutenção, ou os responsáveis pela gestão de uso da rodovia, especialmente Denit e Polícia Rodoviária Federal, além de ter evitado o transtorno que afetou a área e morte do trabalhador, proporcionaria a confiança nos profissionais responsáveis e a sociedade perceberia que o tributo que paga não estaria sendo desperdiçado.
O resultado foi a morte de um homem, prejuízos dos usuários que pagaram para construir a estrada, pagam para mantê-la e para receber a informação se a rodovia, inclusive a ponte, está em condições de ser usada com a segurança necessária.
Os levantamentos que podem ser feitos no Portal da Transparência do Denit indicam os custos para a manutenção daquela rodovia.
Fica também a lição para a Polícia Rodoviária Federal do Amapá de que a segurança nas estradas federais também está na condição dos pavimentos e das obras de arte (pontes, bueiros, bigodes, etc.) e não apenas na conduta e condições do condutor do veículo e dos passageiros, e do próprio veículo.
Os problemas se estendem para as rodovias estaduais e municipais.
As rodovias estaduais ainda têm uma listagem nominal que é usada como cadastro, sempre desatualizado, mesmo sabendo que a cada período chuvoso os problemas se repetem ou se agravam.
As rodovias municipais perderam o seu status e, no momento atual estão fora do glossário na lista de cuidados e mesmo cadastro, na expectativa que o Estado atue desde a definição do caminho de serviço, a construção das obras de arte e a pavimentação.
Está no rol do patrimônio social abandonado pelo poder público municipal. Segue se acabando e se tornando um caminho de serviço perigoso e responsável direto pela perda de vidas importantes e, também, para o desenvolvimento da região.

O que aconteceu na Perimetral Norte (BR-210), quando a ponte de madeira quebrou é apenas uma projeção de resultados futuros se os cuidados dos órgãos responsáveis pelas rodovias no Amapá continuarem do mesmo tamanho.

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