Rodolfo Juarez
As
rodovias amapaenses - federais, estaduais e municipais -, começam a sucumbir à
falta de planos de manutenção e a falta da própria manutenção, tanto no leito
das estradas e seus elementos formadores, como nas obras de artes e suas
especiais localizações.
Não é
possível que pontes de madeira tombem por excesso de cargas sobre o deslizante
e seu tabuleiro; que deslizante, tabuleiro e estrutura se rompam quando do
transporte de uma máquina de operação rodoviária passe por uma delas; não é
aceitável que vidas de trabalhadores
sejam perdidas pelo apodrecimento de uma estrutura que está avista da
fiscalização rodoviária.
A
sociedade paga – e paga bem –, técnicos especialistas e estruturas públicas
para cuidar das rodovias, além de gastar fábulas de dinheiro do contribuinte em
programas de manutenção que se mostram impróprios a partir dos resultados, como
os contabilizados na semana passada na Perimetral Norte.
O
tráfego de veículos, leves ou pesados, de passageiros ou de carga, nas rodovias
federais tem a fiscalização da Polícia Rodoviária Federal que precisa agir
preventivamente também com relação às condições, para esse tráfego, na rodovia
e sua infraestrutura. O mesmo procedimento se pode exigir para as rodovias
estaduais que apresentam problemas equivalentes e as rodovias municipais que
estão abandonadas e sem quem delas tome conta.
Um
recente acidente registrado na BR-210, no trecho que não perdeu o nome de
Perimetral Norte, com a falência da ponte de madeira na fronteira dos
municípios de Porto Grande e Pedra Branca do Amapari, além dos prejuízos materiais,
levou para a sepultura um trabalhador.
Houvesse
o programa de manutenção, ou os responsáveis pela gestão de uso da rodovia,
especialmente Denit e Polícia Rodoviária Federal, além de ter evitado o
transtorno que afetou a área e morte do trabalhador, proporcionaria a confiança
nos profissionais responsáveis e a sociedade perceberia que o tributo que paga
não estaria sendo desperdiçado.
O
resultado foi a morte de um homem, prejuízos dos usuários que pagaram para
construir a estrada, pagam para mantê-la e para receber a informação se a
rodovia, inclusive a ponte, está em condições de ser usada com a segurança
necessária.
Os
levantamentos que podem ser feitos no Portal da Transparência do Denit indicam
os custos para a manutenção daquela rodovia.
Fica
também a lição para a Polícia Rodoviária Federal do Amapá de que a segurança
nas estradas federais também está na condição dos pavimentos e das obras de
arte (pontes, bueiros, bigodes, etc.) e não apenas na conduta e condições do
condutor do veículo e dos passageiros, e do próprio veículo.
Os
problemas se estendem para as rodovias estaduais e municipais.
As
rodovias estaduais ainda têm uma listagem nominal que é usada como cadastro,
sempre desatualizado, mesmo sabendo que a cada período chuvoso os problemas se repetem
ou se agravam.
As
rodovias municipais perderam o seu status e, no momento atual estão fora do
glossário na lista de cuidados e mesmo cadastro, na expectativa que o Estado
atue desde a definição do caminho de serviço, a construção das obras de arte e
a pavimentação.
Está no
rol do patrimônio social abandonado pelo poder público municipal. Segue se
acabando e se tornando um caminho de serviço perigoso e responsável direto pela
perda de vidas importantes e, também, para o desenvolvimento da região.
O que
aconteceu na Perimetral Norte (BR-210), quando a ponte de madeira quebrou é
apenas uma projeção de resultados futuros se os cuidados dos órgãos
responsáveis pelas rodovias no Amapá continuarem do mesmo tamanho.
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