Rodolfo Juarez
Não é
de agora, mas não precisaria ser de agora, para que os agentes públicos,
especialmente os reguladores dos direitos da sociedade, entrassem em ação e
cessassem o que se tornou um problema para a população e um desafio para os
administradores públicos: os fechamentos de ruas e avenidas em Macapá.
Esses
constantes fechamentos vêm deixando os condutores nervosos e as pessoas
prejudicadas em decorrência de um problema que está sendo gerado na relação
entre patrão e empregado, mesmo em um tempo em que os desempregados olham tudo
isso e não entendem absolutamente nada.
Semana
passada os fechamentos sucessivos ocorridos na Avenida FAB, patrocinado por
sindicatos de funcionários do Governo do Estado, prejudicaram a acessibilidade
de todos os que precisavam passar por aquela avenida ou simplesmente ir para o
trabalho ou dele sair.
Não é
possível, seja lá quem for, imaginar que ganha o apoio da população quando
fecha uma rua, ou avenida, sem avisar quem quer que seja, sabendo que vai
prejudicar terceiros e ainda desafiar autoridades que deveriam ser os
portadores das angústias e problemas dos servidores, mas que se tornam
adversários em uma mesma luta.
A
legislação local e o respeito ao outro são referências que poderiam - se
consideradas -, modificar o modo de agir daqueles que entendem que estão
prejudicados e acreditam que falando mais alto – através de amplificadores –
garantirão a prevalência do seu ponto de vista.
É
preciso dar um ponto final nessa bagunça urbana, patrocinada por funcionários
públicos, pagos com dinheiro dos tributos recolhidos da população, exatamente a
mais prejudicada no contexto em que: de um lado tem um empregador que não
encontra espaço para conversar e, de outro, um grupo de funcionários dispostos
a não trabalhar, tendo como escudo a organização sindical, com algumas
propostas descomprometidas com a realidade e o resultado do que apregoam ou
exigem.
Se
falta boa vontade de um lado, também falta competência para gerenciar um conflito,
do outro lado, afinal basta que um motivo central seja o condutor das
insatisfações que o curto-circuito na relação se manifesta na proporção da
insatisfação ou da falta de liderança para debater as pautas levantadas.
No caso
específico dos professores, aqueles que são funcionários públicos do Governo do
Estado, o desentendimento vem de muito tempo, assim como os prejuízos nos
resultados anuais também, com os índices nacionais deixando a educação
amapaense em posições vexatórias e que não correspondem à história dos
resultados dos discentes dos diversos níveis de ensino no Amapá.
Essa
deveria ser a preocupação. Esse deveria ser o motivo da luta.
Mas não
é assim. A luta tem sido por salários e por melhores condições de trabalho ou
menor tempo de trabalho.
O
Estado do Amapá é uma dos entes da Federação Brasileira que precisa ter o
sistema de educação aprimorado e, se assim não entenderem os professores e,
principalmente as suas lideranças, não haverá possibilidade de reverter o
quadro que se apresenta.
Os
resultados aferidos até agora são da responsabilidade de todos os gestores e
professores do sistema estadual de educação, com reflexos nos outros sistemas
como o particular, o municipal e o federal.
Se não
entender assim, os resultados que foram apurados e mostraram níveis
indesejados, serão mantidos para decepção da população e outros questionamentos
para os professores e gestores do sistema estadual de educação.
Focar
em greve, em paralisações, em queima de bandeira, em reclamação, não tem dado
certo há muito tempo, como os empregadores fazerem “ouvido de mercador” jamais
modificará os resultados e devolverá ao Amapá a tranquilidade para experimentar
outros sistemas de educação e contar com a contribuição indispensável dos
professores.
As
famílias e os alunos, enquanto isso - seja como participante do cenário, seja
como analista dos acontecimentos -, acaba sendo a grande prejudicada e ficando
sem entender como a maior folha de pagamento do Governo do Estado não produz os
melhores resultados. E tenha certeza: a culpa não é dos alunos!
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