Rodolfo Juarez
As
águas de março não podem surpreender nenhum agente público que tenha a
incumbência de estar atento ao período das chuvas e dos “lançantes”.
Assim,
a Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros Militar, as instituições com possibilidade
de apoio, além das unidades públicas que voltados para a área social precisam
estar atentos e vigilantes para evitar transtornos para os potencialmente
afetáveis.
As
autoridades precisam estar em alerta. As previsões de eventos como chuva, nos
dias de hoje têm o índice de acerto significativo e por isso pode,
perfeitamente, servir de balizador para aqueles que têm a responsabilidade de
se antecipar para evitar o aumento das dificuldades da população.
É
sabido que a Defesa Civil além da responsabilidade pelo monitoramento tem a
confiança da população no modo de agir e na eficiência do agir, muito embora
ainda se surpreenda com os anúncios do número dos pontos de alagamento que,
apesar de anotados não são priorizados pelos gestores para resolver a questão.
Além do
aspecto do alagamento puro e simples também há o risco da coincidência com
ventanias e, em consequência, o aumento da violência das ondas na agressão à
parte da orla que já sofre com constantes problemas, alguns deles deixando de
ser apenas uma questão das águas grandes, mas de pouco caso por parte de quem
teria que resolver os problemas, que aumentam todos os anos e que estão
diretamente relacionados às marés.
Não se
pode ignorar que Macapá, Santana, Laranjal do Jari, entre outros núcleos
urbanos do Estado, são amazônicos, construídos para atender aos hábitos dos
amazônidas, entre eles, o de morar próximo da margem dos rios. Os motivos não
são apenas culturais ou do costume, são também econômicos.
Além da
anualidade do período das chuvas, há também os ciclos e um deles é o quadrienal
onde o fenômeno da “maré grande” se repete com frequência anotada pelos que já
tem maior experiência e que surpreende até os estudiosos do assunto.
A
cidade de Macapá, como as cidades de Santana, Laranjal do Jarí e outras com as
mesmas características, apesar de conhecer esse fenômeno da maré alta, não tem
abrigos, não dispõe de ambientes para acolher aqueles que, eventualmente,
precisam ser atendidos devido a uma questão que tem alta chance de ser
previsível.
Este
ano o que aconteceu na sede do município de Calçoene, no norte do Estado, e em
outras comunidades do município que ficam, ou às margens do rio Calçoene ou na
orla oceânica do município, pode funcionar como um alerta para todos, especialmente
para aqueles que a sociedade já incumbiu da prevenção.
De nada
adiantará fazer cara de surpresa quando for preciso enfrentar as consequências
da “maré grande” porque, nesse momento, o que a população afetada vai precisar
é de apoio. Então porque não se antecipar, fazendo uma simulação que
proporcionaria listar as providências e a eliminar o fator surpresa.
Declarar
depois que foi uma emergia, parece não ser razoável no momento onde a maioria
dos elementos necessários já está levantada e catalogada, mas que precisa ser
usado como instrumento que possa facilitar a ação das equipes.
Considerar
as marés de março como um fenômeno previsível pode fazer parte do catálogo de
providências, por exemplo, da Defesa Civil do Estado do Amapá e dos municípios,
poderia fazer parte do prefácio da “cartilha”.
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