quinta-feira, 2 de março de 2017

As velhas e novas raposas da política amapaense

Rodolfo Juarez
Os militantes políticos, principalmente aqueles que terão os seus respectivos mandatos encerrados no próximo ano, já botaram o bloco na rua e, outra vez começam a pescaria de votos que poderão dar-lhe mais tempo no cargo em que está, através do instituto da reeleição.
Para eles pouco importa o cumprimento das promessas feitas em 2014, caso dos que têm mandato de quatro anos, ou 2010 no caso dos senadores que têm mandado de oito anos. Querem mesmo é continuar no cargo, mesmo que para isso deixe de ser eles mesmos e passem a ser prometedores de realizações, algumas que sabem ser impossíveis de serem efetivadas.
Confiam na memória curta da população ou na incapacidade política dos novos concorrentes que, em regra são tímidos e se inibem com a responsabilidade ou a representatividade das “raposas da política”.
Estas “raposas”, principalmente as que têm mandato e querem a renovação deles, espertamente colocaram um plano de longo prazo em ação, sustentado pelo alto salário que recebem, as verbas de gabinete que passaram a dispor e com a imposição aos auxiliares de serviços focados “caso queiram fazer parte da conquista”.
A expressão mais repetida por aqueles que querem renovar o mandato, quando fala com os seus auxiliares mais diretos é: “o mandato é de todos nós e por isso a luta deve ser de nós todos”.
Os pré-candidatos, incluídos os que buscam a renovação de mandato, estudam o humor do eleitor e procuram se amoldar ao que parece com a vontade do desse eleitor, nem que para isso tenha que disfarçar a sua personalidade e encontrar uma forma de parecer o candidato desenhado pelo eleitor.
E o que o eleitor estará querendo no dia 7 de outubro de 2018, dia da realização do primeiro turno das eleições regionais e nacional?
Desde agora é exatamente o que os pré-candidatos estão querendo descobrir. Claro que várias conjunturas são desenhadas, “especialistas” são consultados, para saber o que, até o dia da eleição, o eleitor estará querendo para o Amapá e para o Brasil.
Na atualidade as velhas lideranças estão sendo rejeitadas pelo eleitor devido os vícios acumulados, ou pelos resultados esperados e que não se confirmaram. Mas, também, aqueles novos que estão exercendo o mandado pela primeira vez, acabam sendo envolvidos por esse vento arejador que está dissipando as velhas práticas dos políticos e deixando novas referências para o cidadão.
O leitor poderá estar achando que ainda é muito cedo para tratar deste assunto. Provavelmente seja isso mesmo que o pré-candidato queira que o eleitor faça, pois, assim, quando o eleitor se dispor a fazer a avaliação, já estará influenciado pelas novas promessas daqueles que querem se reeleger.
No caso da eleição no Amapá para o cargo de governador, a situação merece mais atenção, pois, ao longo dos últimos 20 anos formaram-se dois grupos que, de forma unida, buscam o Governo do Estado como o torcedor de clube muito popular busca um lugar na arquibancada de um campo de futebol, querendo sempre o melhor lugar para “curtir melhor” o jogo ou, no caso, o governo.

O leitor precisa ficar atento, desenhar os seus desejos, para depois comparar com as promessas, a personalidade, o histórico e o desempenho dos candidatos e só depois, decidir-se porá quem dará o seu voto. 

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