quinta-feira, 16 de março de 2017

O Estado do Amapá na bifurcação

Rodolfo Juarez
São muitas as reclamações por parte dos funcionários efetivos de diversas Secretarias de Estado e de outras unidades de gestão do Governo do Amapá, devido o modo de administrar de secretários, ou presidentes, chefes ou coordenadores de unidades de gestão.
A escolha, levando em consideração apenas o viés político, daqueles gestores estão deixando a gestão estadual desuniforme, com objetivos dispersos e sem condições de cumprir programas, projetos ou cronogramas estabelecidos.
Há um ambiente de espera para que se confirme a incapacidade do gestor e, dessa forma, surgir motivos políticos para a substituição do comando.
Em alguns casos, entretanto, são nomeados auxiliares que não podem ser exonerados, ou pelo menos, não tem como exonerá-los sem contrariar o “pano de fundo” que é o apoio político.
Para se ter uma ideia, as indicações para cargo de primeiro e segundo escalão não são feitas apenas por partidos políticos ou líder político, em muitos casos são feitos por órgão do Estado, ao qual, publicamente são anunciados a quem o indicado deve prestar contas.
O fato é que, nem mesmo a pretendida oxigenação da gestão está sendo alcançada, por serem as indicações fortemente influenciadas por apoio político e, futuramente, apoio eleitoral, imaginando que agindo assim, garante a manutenção do poder, ou mesmo, mina a pretensão de outros concorrentes.
Mesmo para esse tipo de comportamento é imprescindível informar-se como a população e, deforma especial com o eleitor, para saber o que está repercutindo, pois ele pode estar anotando tudo para cobrar na hora certa.
São muitos os problemas que a gestão do estado enfrenta. Neste exato momento nenhuma área da administração estadual está aferindo resultados diferentes dos outros anos e, por isso, não pode estar tranquilo com relação aos princípios da administração pública listados na Constituição Federal.
O princípio da eficiência - faz tempo - apresenta índice que não condiz nem com a expectativa e muito menos com o custo do que é posto nos orçamentos na coluna da despesa.
Quando se analisa que, por ano, o Estado está executando um orçamento de cinco bilhões e meio de reais e se busca resultado desse gasto que não é encontrado, então a decepção toma conta mesmo daqueles que não querem se deter em verificações mais detalhadas ou na capacidade que tem o Estado de otimizar os gastos feitos com dinheiro do contribuinte.
Há descaso de alguns agentes do Governo do Estado que mostram que não estão comprometidos com a população e adiam as suas decisões de forma inquietante e, também irresponsável, deixando todo um setor específico sem as respostas que precisam ser dados pela gestão.
 O desleixo é tanto que tem secretário de estado de importante unidade de gestão que pouco se importa com o horário, deixando os representantes de pessoas jurídicas e de pessoas físicas a esperá-lo ou, então, repassa a sua atribuição para auxiliares que ficam sobrecarregados.
Não resta dúvida que o Estado do Amapá conta com um dos melhores grupos de funcionários efetivos de todo o Brasil em diversas áreas, entretanto, o grupo está desmotivado devido a falta de liderança técnica e de iniciativas programáticas para executar e tornar eficiente a gestão.
Mais uma vez as escolhas, todas elas políticas-eleitorais, minam o ânimo e o interesse dos funcionários que se vêm preteridos por outros, principalmente os “de contrato” que não têm a experiência técnica, mas contam com o beneplácito dos correligionários, como troca do esforço pelas bandeiradas durante a campanha ou pela adesão dos dirigentes partidários, atraídos para a gestão.

Faz algum tempo que o Amapá chegou à bifurcação e sabe que um rumo leva a lugar nenhum e o outro rumo pode levar à reconquista da eficiência nos resultados.

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