Rodolfo Juarez
Nem
mesmo os indicativos de vulnerabilidade que a segurança social vem apresentando
ao longo dos últimos anos, a sensatez e a razoabilidade têm prevalecido em
alguns momentos que acabam por deixar a população apavorada e a gestão dos
interesses da sociedade, no item segurança pública, insegura.
Essa
mesma população tem demonstrado conhecer as dificuldades que as diversas
unidades da segurança pública atravessam: seja pela falta de contingente, seja
pela baixa recompensa salarial, seja pelas dificuldades para dispor de
viaturas, combustível e manutenção dos veículos.
Orçamento
apertado, sem conseguir convencer o planejamento estadual de que é uma
atividade essencial, dá a impressão que o stress chegou a paciência acabou e os
agentes de segurança começam a se desentender publicamente, expondo suas
insatisfações e deixando aflorar as suas frustrações.
O
episódio havido na unidade de apresentação-recebimento de pessoas presas em
flagrante delito ou apreendidas cometendo atos infracionais na definição legal
foi o estopim da situação que, desta vez, deu oportunidade para o exercício da
medição de forças, desde a física até a de importância administrativa.
Claro
que todos são muito importantes e elos de uma mesma corrente.
Não é
possível um assunto de essa magnitude passar como se nada tivesse acontecido.
Não que tenha que punir, tenha que prender ou advertir, mas sim de refletir o
papel de cada um em momentos de crise, afinal de contas o patrão estava olhando
e prontos para julgar, fazendo um julgamento que não favorece ninguém, afinal
não há autor e réu, há apenas e tão somente homens que se vestem diferente da
mesma corporação que deve estar pronta para defender a sociedade.
As
questões surgidas, como decorrência do episódio e que atraiu oportunistas,
precisam ser resolvidas. Não há condições de avaliara quem tem ou não tem
razão. Todos precisam estar calmos para que a população continue tendo
confiança e sabendo que fatos como estes não se repetirão.
Trabalho
extra para o comandante da Policia Militar, para o secretário de estado da
Segurança Pública, no sentido de buscar a qualquer custo, neste momento de
dificuldade, o entendimento. Não podem delegados e policias militar
transformarem os seus ambientes de trabalho em um big brother.
É
preciso calma nessa hora. Os fatos que ganharam os holofotes das televisões e
os teclados dos computadores das redações. Não há como negá-los. Resta agora
por decisões inteligentes, atrair a atenção da população para avaliar e chegar
a conclusão que os arranhões fazem parte do stress, mas precisam ser eliminados
das páginas dos jornais, das redes sociais, dos autofalantes de rádio e das
telas das televisões.
Por
mais complicada que fosse aquela situação, o que decorre dela não tem
justificativa e não condiz com as preparações que aqueles agentes foram
submetidos, antes mesmo de integrar os quadros da Policia Militar e da Polícia
Civil.
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