sexta-feira, 10 de março de 2017

Um erro não justifica outro

Rodolfo Juarez
Nem mesmo os indicativos de vulnerabilidade que a segurança social vem apresentando ao longo dos últimos anos, a sensatez e a razoabilidade têm prevalecido em alguns momentos que acabam por deixar a população apavorada e a gestão dos interesses da sociedade, no item segurança pública, insegura.
Essa mesma população tem demonstrado conhecer as dificuldades que as diversas unidades da segurança pública atravessam: seja pela falta de contingente, seja pela baixa recompensa salarial, seja pelas dificuldades para dispor de viaturas, combustível e manutenção dos veículos.
Orçamento apertado, sem conseguir convencer o planejamento estadual de que é uma atividade essencial, dá a impressão que o stress chegou a paciência acabou e os agentes de segurança começam a se desentender publicamente, expondo suas insatisfações e deixando aflorar as suas frustrações.
O episódio havido na unidade de apresentação-recebimento de pessoas presas em flagrante delito ou apreendidas cometendo atos infracionais na definição legal foi o estopim da situação que, desta vez, deu oportunidade para o exercício da medição de forças, desde a física até a de importância administrativa.
Claro que todos são muito importantes e elos de uma mesma corrente.
Não é possível um assunto de essa magnitude passar como se nada tivesse acontecido. Não que tenha que punir, tenha que prender ou advertir, mas sim de refletir o papel de cada um em momentos de crise, afinal de contas o patrão estava olhando e prontos para julgar, fazendo um julgamento que não favorece ninguém, afinal não há autor e réu, há apenas e tão somente homens que se vestem diferente da mesma corporação que deve estar pronta para defender a sociedade.
As questões surgidas, como decorrência do episódio e que atraiu oportunistas, precisam ser resolvidas. Não há condições de avaliara quem tem ou não tem razão. Todos precisam estar calmos para que a população continue tendo confiança e sabendo que fatos como estes não se repetirão.
Trabalho extra para o comandante da Policia Militar, para o secretário de estado da Segurança Pública, no sentido de buscar a qualquer custo, neste momento de dificuldade, o entendimento. Não podem delegados e policias militar transformarem os seus ambientes de trabalho em um big brother.
É preciso calma nessa hora. Os fatos que ganharam os holofotes das televisões e os teclados dos computadores das redações. Não há como negá-los. Resta agora por decisões inteligentes, atrair a atenção da população para avaliar e chegar a conclusão que os arranhões fazem parte do stress, mas precisam ser eliminados das páginas dos jornais, das redes sociais, dos autofalantes de rádio e das telas das televisões.

Por mais complicada que fosse aquela situação, o que decorre dela não tem justificativa e não condiz com as preparações que aqueles agentes foram submetidos, antes mesmo de integrar os quadros da Policia Militar e da Polícia Civil. 

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