quinta-feira, 10 de agosto de 2017

A reforma política e a atualidade

Rodolfo Juarez
Em épocas de “salve-se quem puder” os políticos acabam sendo ainda mais inventivos e atrevidos, tendo como único objetivo manter-se com mandato e, se possível, na área de influência do Poder.
A Reforma Política que está sendo trabalhada na Câmara Federal está se tornando um labirinto onde só as “raposas” da política saberiam caminhar. E estamos apenas a menos de dois meses para que as regras sejam definidas com validade para as eleições de 7 de outubro de 2018.
O cuidado como estão sendo colocadas as palavras no texto que pretendem aprovar, em dois turnos, na Câmara e dois turnos no Senado, com quorum qualificado, precisam ser bem entendidas. As barreiras estão sendo propostas para que os que atuais detentores de mandato assim continuem.
A criação do “distritão” e o aumento do financiamento público de campanha são dois pontos que, possivelmente não terão problemas para serem aprovados por aqueles que, hoje, detêm o mandato parlamentar.
São regras que dificultam a ação do eleitor. São equações complicadas que precisam ser resolvidas e que estarão confundindo a cabeça de todos, devido a dificuldade que têm os partidos, em suas bases estaduais e municipais, para explicar o que realmente está acontecendo.
Falo dos partidos que têm nesse momento, maior número de parlamentares nas casas congressuais em Brasília. Os “nanicos” continuarão com a sua missão, quase inglória, de fragilizar a democracia pelo favorecimento que permite aos partidos considerados grandes, a fazer a “democracia” que lhes interessam.
É uma pena que as eleições no Brasil sejam realizadas nestas bases, pois, assim, as modificações que muitos pregam e até querem, não têm chances de serem conseguidas em conquistas tão densas quando o momento precisa.
Ora, daqui a 50 dias as regras deverão estar, todas elas, aprovadas.
Até agora permanecem em “fogo brando” deixando a decisão para última hora e, assim, definir apenas os pontos que interessam a poucos, ficando a maioria sem sequer entender o quanto parcial e contra os interesses coletivos foram tomadas.
A população, o eleitor e a imprensa clamam por mudanças radicais nas representações que o eleitor manda para as cadeiras em Brasília e, também para as assembleias legislativas, os comandos dos governos e o senado, mas com esses freios de mão puxados, sem tempo para que as regras sejam compreendidas por todos, esse clamor não será atendido.
Aliás, as eleições suplementares que estão em andamento no Estado do Amazonas é um retrato disso: os dois candidatos que se habilitaram para concorrer em segundo turno de votação são duas daquelas “raposas” que são “repudiadas” e que, na hora do voto, têm a preferência do eleitor.
Isso indica que a eleição será para os mesmos e, aqui e acolá, em casos bem específicos, aqueles que são indesejados como candidatos ou eleitos, durante o período que não seja de eleição, são aqueles que estarão, no período da eleição, vencendo as disputas para os principais cargos decorrentes de mandatos eletivos.
Mesmo com esse cenário e com os primeiros sintomas demonstrados pelos eleitores amazonenses, ainda há quem acredite em mudanças radicais em 2018, principalmente nos parlamentos.
O eleitor se puder, - e se os candidatos deixarem -, poderá mudar essa história, mas é preciso saber que muitos políticos, com e sem mandado, “remam” em outra direção.

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