domingo, 6 de agosto de 2017

BR-156: Ninguém está satisfeito.

Rodolfo Juarez
Sei que não é malhar em ferro frio. As evidências são tantas que as necessidades passam a ser um detalhe importante, mas um detalhe, pelo menos assim considerado pelos agentes públicos que continuam insensíveis aos apelos das comunidades, aqueles que são os que mais se interessam pela realização dos serviços e a conclusão, ou pelo menos, a satisfação sobre a obra da BR-156.
Pouco importa já o tramo. Pouco importa o trecho. Todos os que esperam por aquela rodovia federal estão no limite de suas paciências. Tanto o povo do norte, como do sul do Estado, já não aguentam as justificativas que estão sendo apresentadas ao longo dos anos.
Certamente que nem os pioneiros, responsáveis pela abertura das picadas que, mais tarde, se tronariam caminhos de serviço e, em seguida, estrada de chão, imaginaram que, nos tempos atuais, seriam alegados tantas dificuldades, mesmo gastando milhões de reais.
O fato da rodovia não estar pronta não é questionado. O que os usuários e as populações diretamente atendidas não compreendem é a demora em começar os serviços.
Os mais experientes já informavam, desde o começo, a estratégia que poderia ser utilizada na construção da rodovia. As sucessivas trocas de comando e o aumento acelerado da população das localidades afetadas pressionam os dirigentes do órgão gestor, a Superintendência Regional do Departamento Nacional de Infraestrutura no Estado do Amapá – DNIT/AP, que, pelo menos até agora, têm o mantido o padrão que se mostra absolutamente ineficiente, injusto e caro, entregando lotes da construção para empresas que não conhecem a realidade dos locais de obra.
A entrada de mais órgãos, tanto da esfera estadual como federal, para pressionar os agentes públicos responsáveis pela construção daqueles trechos da rodovia, pode representar mais uma mudança no comando, mas, mesmo assim, é incerta a ação devido às peculiaridades locais que precisam ser consideradas de antemão, para que as surpresas não se tornem barreiras que mais uma vez ser perca o tempo certo, como o que agora começa – o verão amazônico.
Os pouco mais de cem quilômetros no rumo de Oiapoque e os quase trezentos quilômetros no rumo de Laranjal do Jari precisam ganhar uma gestão especial, dentro do padrão da Amazônia, mesmo que tenha que ser mudada a estratégia construtiva, quem sabe instalando canteiros de fiscalização próximos das frentes de serviço e deixar de entregar o comando das ações para as empresas contratadas.
O fato é que ninguém está satisfeito com o que está acontecendo.
Não é possível se permitir os confrontos entre a Polícia Rodoviária Federal e os moradores das comunidades. O resultado desses confrontos é prejuízo certo para a comunidade e para os interesses do Estado, mesmo se dando razão para os comunitários e para os responsáveis pela disciplina e garantias constitucionais.
Aderir à resultados de licitações (ou realizá-las), selecionar empresas, contratratar e dar ordem de serviço, não tem sido suficiente ao longo dos últimos cinco anos, então que ser mude o protocolo, se ajuste os comportamentos e se estenda a solução conforme a realidade do local.

Já se tem a garantia que a solução não vem se não houver uma mudança de estratégia, mesmo que para isso tenham que ser substituídos os profissionais que até agora tentaram e não conseguiram avançar na realização dos trabalhos.

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