Rodolfo Juarez
Hoje
pretendo prestar uma homenagem a um bom companheiro de sonhos e lutas que
compreendeu a necessidade e participou de todas as etapas do projeto que tinha
o objetivo de desenvolver o então distrito de Santana, município de Macapá,
isso nos idos de 1984 e 1985.
Com a
incumbência de preparar o distrito para se transformar em mais um município do
Amapá, sem deixar de considerar o que a população do local tinha como
expectativa e pretendia com a emancipação que precisava ser construída,
recebemos a incumbência do prefeito de Macapá, o engenheiro Murilo Pinheiro, e
do governador do então Território Federal do Amapá, Annibal Barcellos.
A
natural desconfiança, principalmente para a população de Santana, que via todos
os seus objetivos apontando para a Capital, e que precisa entender as vantagens
socioeconômicas que o projeto anunciava para a nova unidade administrativa que
também se preparava para integrar o novo estado que sairia da Constituinte que
elaborou e aprovou a Constituição Federal de 1988 e que trouxe a transformação
do Território Federal do Amapá em Estado do Amapá.
Vicente
Marques formou com Haroldo Oliveira, Vicente Ayala, Miguel Duarte e eu, a
equipe que comandava as ações estratégicas de preparação do então distrito de
Santana em município de Santana.
A
comunidade, através dos seus representantes, presidentes de associação de
moradores e de outras organizações civis participou de todo o processo e isso
se deveu muito ao empenho e o conhecimento de Vicente Marques, filho de um dos
mestres mais respeitados da área portuária de Santana, um exímio construtor de
embarcações regionais, no puro talento intuitivo, o Mestre Ambrósio, como era
conhecido em toda a região.
Santana,
naqueles anos (1984 e primeira metade de 1985), era uma cidade dividida em duas
vilas principais (Vila Amazonas e Vila Maia) e outras mais periféricas como
Vila Kutaca (não sei até agora a origem do nome).
Do
trabalho de convencimento participou o jovem de 28 anos, Vicente Marques, que
tinha o respaldo da família Ambrósio para falar diretamente com a população,
além do carisma pessoal que desenvolvia dentro do grupo, conquistando a
confiança de todos e com os representantes comunitários, sendo o porta-voz das
intenções da subprefeitura de Santana.
Os
bairros foram definidos com a participação destacada dele e do técnico em
edificações e com conhecimento do sistema urbano, Miguel Duarte, que riscou o
mapa-base do que viria a ser a sede do município de Santana, hoje, 30 anos depois,
com 100 mil habitantes.
Com os
demais companheiros de grupo foi decisivo na escolha dos nomes dos bairros da
cidade de Santana, que reservou o nome de Bairro do Ambrósio onde se localizava
o estaleiro do seu pai, Mestre Ambrósio.
O tempo
passou e por cinco vezes, ao final de uma eleição, vibrou com a conquista de um
mandato, todos eles exercidos com mesma dedicação. Agora mesmo, com o
agravamento da enfermidade que o levou ao túmulo, Vicente Marques conseguia,
com seu equilíbrio, experiência e história, conquistas importantes para o
município.
De lá,
de onde estiver certamente continua querendo o melhor para Santana, o local que
sempre defendeu e que deixou uma legião de amigos e uma história para ser
contada e reconhecida.
Vicente
Marques partiu aos 60 anos, mas com a certeza do dever bem cumprido e que agora
terá o reconhecimento, não só pela falta que fará, mas pelas lições que deixou
para todos os da sua família e da cidade que sempre amou.
Chegou
a hora de descansar. Então, que descanse em paz!
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