Rodolfo Juarez
A
semana que passou deixou registrado o nível de indecisão a que estão submetidos
os deputados federais quando o assunto é a reforma eleitoral ou, mais
praticamente, as eleições de 2018.
Com a
proibição, por motivos óbvios, das empresas fazerem doações para partidos ou
candidatos financiarem as milionárias campanhas eleitorais, os que estão
exercendo o mando enxergaram no orçamento público, que tem a maior parte das
receitas oriunda dos contribuintes, o ambiente onde poderiam lançar mão para
que tenham chance de continuar com a ordem de representar o povo.
Claro
que é um absurdo. Pelo menos para os que entendem que o dinheiro dos tributos é
para ser revertido em melhorias da qualidade de vida de toda a população e não
de qualquer parte dela, por mais privilegiada que seja.
A
reação da população foi de indignação devido a história que ainda está sendo
contada pelas operações policias que se sucedem em todo o Brasil e que tem, em
regra, como alvo políticos, laranjas de políticos, amigos de políticos,
operadores de políticos e empresários que compram procedimentos reservados aos
políticos.
Os
políticos que estão fora dessa matriz utilizam essa sua atual posição e
colocam-se na linha de frente do combate, escolhendo como alvo principal os
seus próprios pares, casualmente adversários em suas respectivas bases
eleitorais.
De fora
a população acompanha todos os movimentos e esboça reação quando observa que
estão, aqueles contendores, querendo abocanhar, do pouco que ainda resta, somas
bilionárias para que tenham chances de gastar o que não é seu, para manter o
status conseguido quando não havia limites para gastar, desde que tivesse um
padrinho eleitoral forte.
A
população reagiu contra a proposta de financiar a campanha eleitoral de 2018
com dinheiro do orçamento público e no total de três bilhões e seiscentos
milhões de reais. Irreal para o contribuinte e absolutamente razoável para os
membros da comissão especial de deputados federais que foram indicados pelos
partidos.
A
derrama havida na eleição de 2014, e noutras pretéritas, ainda está sendo
dimensionada, pois, até agora, a cada dia se anuncia que a campanha deste ou
daquele parlamentar ou ex-parlamentar foi financiado com dinheiro “sujo”, nome
que se tornou sinônimo de propina, caixa 2, ou desvio.
Até o
ex-presidente Lula chegou a afirmar que a democracia tem um custo e que o custo
apresentado pelo seu aliado, presidente da comissão da reforma eleitoral na Câmara
dos Deputados é razoável.
A
“perola” veio com justificativas: “não precisaria colocar a dotação no
Orçamento da União, uma vez que bastaria uma autorização legislativa para que a
previsão para as emendas impositivas virassem fundo de campanha”.
Uma
proposta que além de indecente, contraria os interesses da população que mais
precisa de uma quadra, de uma creche, de uma rua, de uma ponte, de um trapiche
ou simplesmente de carteiras para sala de aula.
O
presidente da Câmara Federal deu o final de semana para que os deputados
raciocinem, pense, pelo menos por um momento, nos interesses da população.
A
Democracia é nosso grande trunfo e é uma conquista e não uma “coisa” para ser
custeada.
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