Rodolfo Juarez
Os 16
municípios do Estado do Amapá estão precisando de socorro financeiro para
continuar tendo condições de exercer as atribuições que a Federação lhes impõe
e das quais não pode esquivar-se.
Educação,
saúde, serviço, social, segurança, mobilidade, água, esgoto, meio ambiente são
capítulos de um grande rol de responsabilidades que os administradores
municipais recebem e que não têm como recusar.
Além
disso, ainda tem que lidar com uma Câmara de Vereadores, onde, pelo menos 9
políticos, das mais diferentes tendências, se juntam duas vezes por semana para
definir, através de leis, regras municipais de interesse local e que ainda vem
se somar a todas as outras responsabilidades que o prefeito recebe no primeiro
dia de mandato.
No
momento, todos os municípios, sem nenhuma exceção para confirmar a regra, estão
com uma folha de pagamento que alcança índice superior àquele que é
estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal e que pode se tornar uma um
problema sem solução para o administrador.
A
pressão por salários, principalmente dos setores de educação e que apresenta
salários mínimos nacionais para ser obedecidos e que estão fora da realidade
local, mas que precisa ser “tocada” para que o município cumpra com o seu
papel.
Assim
mesmo, ainda tem aqueles que insistem em trabalhar sem planejamento por não ter
o profissional para fazê-lo e, quando tem, não o acompanha porque as
necessidades da população são maiores do que as possibilidades do município,
deixando a disposição do prefeito uma rampa social pronto para escorregar junto
com a população e um ambiente político que pode destruir as suas próprias
carreiras.
Orçamentos
municipais sem recursos para investimento levam ao descumprimento do Plano
Plurianual que vira peça de ficção e serve apenas para cumprimento de uma
regra, mesmo que tenha sido feito com a participação da população, consolidado
pelo Executivo e discutido e aprovado no Legislativo.
E por
que não é seguido o PPA nem o Orçamento Anual?
Não é
seguido por absoluta falta de condições financeiras, uma vez que a grande
maioria dos municípios padece com a arrecadação própria próxima de zero, ou
insignificante, não servindo de suporte para qualquer projeto.
Este
ano a Administração Municipal ganhou mais uma incumbência: cuidar da iluminação
pública dos seus aglomerados urbanos. Apesar de a arrecadação ser feita na
conta de energia, os que não pagam a conta em dia (e são muitos) também não
pagam a Contribuição para Iluminação Pública, fazendo com que o município tenha
mais uma rubrica de despesa para se preocupar.
A
carência de técnicos como engenheiros, médicos, professores, como agentes
sociais e outros que precisam de habilitação específica, fazem tanta falta que
os prejuízos políticos e administrativos são evidenciados e trazem comprovação
de necessidades.
Os
municípios estão sem assistência financeira de forma programática e essa
situação cria muitos problemas evidenciados pelas circunstâncias políticas que
deixam as administrações com compromissos que prejudicam ainda mais a realidade
do local.
O Amapá
precisaria de um estadista no Governo e disposto a fazer das unidades
municipais locais instrumentos da administração estadual, considerando o valor
orçamentário que conta o Estado, para se ter uma ideia, mais de 7 vezes maior
que o da capital.
O
problema não deve ser deixando apenas para os prefeitos. Eles não têm a
solução, considerando o tamanho do problema. A questão é de todos e, assim,
precisa ser encarada, equacionada e resolvida.
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