domingo, 8 de outubro de 2017

O AGORA do Amapá

Rodolfo Juarez
O Estado do Amapá enfrenta uma crise econômica sem precedentes. Com a maior inadimplência do Brasil, empurra o setor privado para as maiores dificuldades de todos os tempos. Os empresários do comércio e da indústria, mas principalmente do comércio, já dispensaram os seus colaboradores mais preparados, colocando em risco a competitividade e estão experimentando, pela primeira vez, a inadimplência fiscal e comercial, tendo dificuldades para cumprir com as suas obrigações.
Os reflexos estão na queda da arrecadação de tributos estaduais e as consequências nos investimentos públicos, principalmente aqueles que são necessários para melhorar as condições da prestação de serviços públicos, e atendimento aos contribuintes, cada vez mais exigidos e cada vez mais contando com atendimento de serviços públicos insuficientes, incompletos e sempre precários.
Nesse cenário o Governo do Estado se atrapalha no meio de tantos problemas e não tem conseguido andar no sentido de equacionar esses problemas e visualizar as soluções que possam ser duradouras, trazendo esperança para uma população que cresce a índices que são maiores que o dobro do crescimento da população brasileira.
As entidades dos setores comercial, industrial, agropastoris, de transportes e de serviços debatem-se contra a falta de condição para orientar os seus agentes e contribuintes, no sentido de priorizar projetos que visem a melhoria econômica do Estado.
Os sindicados patronais em dificuldades na arrecadação interna, não têm estrutura técnica e administrativa que possa encaminhar propostas modificadoras e projetos economicamente promissores implicando na estruturação das entidades sindicais de grau superior, e levando essas entidades a serem meros números nas dificuldades político-econômicas que contribuem para manter as dificuldades estacionadas no Estado.
A escassez do emprego é primeiro resultado de uma situação que precisa ser alterada, independentemente da ideologia ou capacidade gerencial dos seus dirigentes. Na outra ponta, a do desemprego, o número só cresce, tanto absoluta como relativamente.
Os erros nas decisões políticas, com implicações na economia local, não são corrigidos, porque os interesses políticos-ideológicos, que alimentam as questões locais e iludem o eleitor, mantêm o balouço indo e vindo, ao sabor das desculpas, algumas tão simplórias e ineficazes, mas que têm se repetido nos últimos 24 anos.
Restou-nos um Estado cheio de problemas, com dificuldades para encontrar o seu modo de desenvolvimento, com várias regras ambientais aboletas, com muitas teorias que não se confirmam, tornando o Amapá, entre os territórios federais criados em 1943 e posteriormente transformados em Estado da Federação, como Rondônia e Roraima, aquele que mais enfrenta problemas, muito embora esteja situado, geograficamente, com muito mais possibilidades de desenvolvimento do que aqueles estados.
Uma área agriculturável espetacular, uma condição para o desenvolvimento portuário sem comparação em todo o norte do Brasil, a menos de 400 km em linha reta de Belém, um povo trabalhador, empresários que se mostraram habilidosos e que sentem falta de políticas públicas que permitam o desenvolvimento deste estado e a satisfação deste povo.
O Amapá já acumula muitos problemas sociais, alguns alimentados pela falta de controle público o que acaba transformando uma vantagem em desvantagem como, por exemplo, as dificuldades de se valer de rodovias que possibilitem a ligação terrestre com outros estados da Federação.

A situação atual não é culpa da geração mais velha e nem daqueles que já estão em condição de entrar no mercado de trabalho. Se tiver um culpado, esta é a geração que está com a responsabilidade de definir o agora do Amapá.

Nenhum comentário:

Postar um comentário