Rodolfo Juarez
O
Estado do Amapá enfrenta uma crise econômica sem precedentes. Com a maior
inadimplência do Brasil, empurra o setor privado para as maiores dificuldades
de todos os tempos. Os empresários do comércio e da indústria, mas
principalmente do comércio, já dispensaram os seus colaboradores mais
preparados, colocando em risco a competitividade e estão experimentando, pela
primeira vez, a inadimplência fiscal e comercial, tendo dificuldades para
cumprir com as suas obrigações.
Os
reflexos estão na queda da arrecadação de tributos estaduais e as consequências
nos investimentos públicos, principalmente aqueles que são necessários para
melhorar as condições da prestação de serviços públicos, e atendimento aos
contribuintes, cada vez mais exigidos e cada vez mais contando com atendimento
de serviços públicos insuficientes, incompletos e sempre precários.
Nesse
cenário o Governo do Estado se atrapalha no meio de tantos problemas e não tem
conseguido andar no sentido de equacionar esses problemas e visualizar as
soluções que possam ser duradouras, trazendo esperança para uma população que
cresce a índices que são maiores que o dobro do crescimento da população
brasileira.
As
entidades dos setores comercial, industrial, agropastoris, de transportes e de
serviços debatem-se contra a falta de condição para orientar os seus agentes e
contribuintes, no sentido de priorizar projetos que visem a melhoria econômica
do Estado.
Os
sindicados patronais em dificuldades na arrecadação interna, não têm estrutura
técnica e administrativa que possa encaminhar propostas modificadoras e
projetos economicamente promissores implicando na estruturação das entidades
sindicais de grau superior, e levando essas entidades a serem meros números nas
dificuldades político-econômicas que contribuem para manter as dificuldades
estacionadas no Estado.
A
escassez do emprego é primeiro resultado de uma situação que precisa ser
alterada, independentemente da ideologia ou capacidade gerencial dos seus
dirigentes. Na outra ponta, a do desemprego, o número só cresce, tanto absoluta
como relativamente.
Os
erros nas decisões políticas, com implicações na economia local, não são
corrigidos, porque os interesses políticos-ideológicos, que alimentam as
questões locais e iludem o eleitor, mantêm o balouço indo e vindo, ao sabor das
desculpas, algumas tão simplórias e ineficazes, mas que têm se repetido nos
últimos 24 anos.
Restou-nos
um Estado cheio de problemas, com dificuldades para encontrar o seu modo de
desenvolvimento, com várias regras ambientais aboletas, com muitas teorias que
não se confirmam, tornando o Amapá, entre os territórios federais criados em
1943 e posteriormente transformados em Estado da Federação, como Rondônia e
Roraima, aquele que mais enfrenta problemas, muito embora esteja situado,
geograficamente, com muito mais possibilidades de desenvolvimento do que
aqueles estados.
Uma
área agriculturável espetacular, uma condição para o desenvolvimento portuário
sem comparação em todo o norte do Brasil, a menos de 400 km em linha reta de
Belém, um povo trabalhador, empresários que se mostraram habilidosos e que
sentem falta de políticas públicas que permitam o desenvolvimento deste estado
e a satisfação deste povo.
O Amapá
já acumula muitos problemas sociais, alguns alimentados pela falta de controle
público o que acaba transformando uma vantagem em desvantagem como, por
exemplo, as dificuldades de se valer de rodovias que possibilitem a ligação
terrestre com outros estados da Federação.
A
situação atual não é culpa da geração mais velha e nem daqueles que já estão em
condição de entrar no mercado de trabalho. Se tiver um culpado, esta é a
geração que está com a responsabilidade de definir o agora do Amapá.
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