quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Dois elefantes e seus desafios

Rodolfo Juarez
Outra vez as autoridades do Governo e do Município de Macapá voltam a discutir um assunto que está desafiando os administradores e seus auxiliares, e aborrecendo a população, tantas foram as palavras gastas, mas que não levaram a qualquer resultado.
Desta feita o centro da conversa, pelo menos para consumo da imprensa, mesmo aquela comprometida em falar bem do Governo, foi a situação da orla da cidade desde o Canal do Jandiá até o Araxá e o Shopping Popular.
Tenho a impressão que é para tentar mudar o foco do problema criado a partir da sentença da Justiça Federal que manda que pelo menos 400 famílias desocupem uma área no prosseguimento da orla.
Entendo que por isso se voltou a mexer nos dois assuntos que bem representam a confusão que a administração municipal e a administração estadual criaram para todos os que acreditaram nas informações dadas pela metade, para os diretamente afetados e aqueles que seriam afetados de modo indireto.
Estou me referindo ao “tal” do Shopping Popular que seria construído no local onde estava funcionando a feita da São José com Feliciano Coelho.
Lembram? A estrutura daquela feita fora apresentada como algo revolucionária. Sei pelo menos que era diferente, mas não sei se era revolucionária. Tinha um defeito pelo menos: os depósitos de mercadorias eram pequenos, entretanto tinha todos os equipamentos de apoio de que precisa uma feita.
Pois tudo aquilo foi derrubado em uma semana apenas e, de lá para cá já se passaram mais de dez anos e o Shopping Popular não saiu do chão. As desculpas são as mais variadas, mas como diz um dos feirantes do local: “eu acreditei e perdi”.
Aliás, esse é o sentimento de todos aqueles que estão no meio da Avenida Antônio Coelho de Carvalho, entre as ruas São José e Tiradentes, sob uma cobertura que fora projetada para durar 6(seis) meses e está resistindo (??) por todo esse tempo.
Os municípios estão garroteados pelos compromissos e pelo paternalismo que se instalou na sua folha de pagamento, isso faz tempo, que “sempre cabe mais um”, mesmo quando são tirados alguns para a folha da União.
Os orçamentos pequenos para os grandes problemas dos municípios tornam os prefeitos dependentes, seja das transferências voluntárias da União ou Unidades Federais, seja por ocasionais transferências voluntárias do Governo do Estado, isto sob muita conversa e algumas promessas.
Evidente que o município de Macapá, com recursos do seu orçamento, não tem condições para recuperar o muro de arrimo da orla, precisa que esse projeto de recuperação tenha o comprometimento do Governo do Estado, que, aliás, foi o executor originário do projeto.
Sem manutenção, o tempo e as águas do Rio Amazonas vêm mostrando que é preciso agir, pois, de outra forma, daqui a pouco, não haverá mais muro de arrimo nem orla organizada.
Já pensou uma situação dessas?
Tomara que não seja apenas mais uma propaganda oficial no sentido de atrair a atenção e, quem sabe, render alguns votos preciosos no dia 7 de outubro de 2018.

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