domingo, 26 de novembro de 2017

Desperdício de dinheiro no Estado do Amapá

Rodolfo Juarez
A avaliação que fizemos, no artigo anterior, das obras que estão completamente paradas e que fazem muita falta à população despertou em nos leitores a necessidade de contribuir com todos os agentes públicos – executores, fiscalizadores, controladores -, no sentido de ver um programa que possa restabelecer um mínimo de ordem no gasto do dinheiro público, obervando o princípio da eficiência, tendo o zelo como regra, para evitar os desperdícios.
Não é possível continuarmos satisfeitos com um cenário urbano onde em cada bairro se enumere obras inacabadas, serviços não realizados ou mal feitos, desleixo no cumprimento dos prazos e com notícias de que as empresas contratadas abandonam os canteiros ou as atividades por falta ou atraso no pagamento de faturas ou repasse de parcelas acertadas.
Às obras inacabadas que foram listadas em Macapá, se juntam outras de mesma relevância, também na capital, além de outras nas sedes municipais.
Obras como a construção da rodovia federal BR-156, que não avança há mais de 4 anos; a rodovia federal BR-210, que nem plano para asfaltamento tem, além de estradas estruturantes estaduais que foram iniciadas e abandonadas, literalmente pelo meio do caminho, e as estradas municipais que parece não interessar aos municípios que não colocam em sues orçamentos qualquer centavo para manter as existentes ou construir outras.
Os serviços inacabados como os do Programa Luz para Todos que continua órfão de executor, com os colonos tendo que continuar vendo a linha de transmissão passar sobre suas propriedades sem qualquer utilidade, deixando-os com o fogão a lenha, o peixe e a carne salgados, e sem poder usar as suas econômicas lâmpadas e beber água gelada.
Da a impressão que isso é o melhor que os governantes podem fazer pela população que paga de forma direta e indireta os impostos, para os empreendedores que estão fadados ao fracasso se não tiver um amigo forte para ajudá-lo na hora de receber o pagamento pelo seu trabalho.
Enquanto isso os órgãos de controle, principalmente as Câmaras de Vereadores de cada município, a Assembleia Legislativa do Estado, o Ministério Público Estadual, o Ministério Público Federal e a Controladoria Geral da União, não conseguem encontrar um caminho que possa evitar que esta situação perdure.
Os prejuízos são muito grandes e se acumulam a bom tempo.
Mesmo assim é preciso encontrar uma forma de mudar essa situação, de encaminhar proposições viáveis e que tenham uma estrutura capaz de ser compreendida, onde conste um relato da situação, a fundamentação de como deve agir e a sugestão para uma ação organizada.
É preciso também que a população identifique não apenas aqueles que foram os responsáveis pela situação, mas também aqueles que podem assumir a responsabilidade de colocar em ordem a situação e cessar o desperdício que se acumula a cada ano.
Entendo que ainda há tempo para que as autoridades encontrem um caminho, através de uma ação coordenada que enseje a solução do problema e não apenas o aumento desses problemas, alguns criados pela intervenção de órgãos de controle que trataram a questão de forma midiárica e deixaram o “espólio” para a sofrida população.
Os exemplos são os mais diversos.
É necessário otimizar os gastos, entender a realidade e ter um objetivo que, antes de ser de uma autoridade ou de um grupo delas, ser do interesse da população que, em qualquer análise, é a principal interessada, não apenas por ser a fonte dos recursos que são entregues aos administradores, mas por absoluta necessidade de contar com as obras ou serviços que foram anunciadas, iniciadas e que estão paradas.

O loteamento partidário do Governo do Estado, como nos dias atuais, inaptidão comportamental dos atuai deputados e vereadores na atribuição que lhe confere o mandato eletivo, torna a atuação dos outros órgãos de controle necessária e imprescindível.   

Nenhum comentário:

Postar um comentário