Rodolfo Juarez
A
Companhia de Eletricidade do Amapá - CEA e a Companhia de Água e Esgoto do
Amapá – CAESA, as duas mais importantes autarquias instituídas pelo Governo do
Estado do Amapá, seu principal acionista, estão em permanentes dificuldades
para cumprir a sua finalidade e são poucos os que acreditam que, um dia, possam
efetivar, na plenitude de seus objetivos, o papel que a sociedade lhe atribuiu.
A CEA
depois de se tornar o principal cabo eleitoral de partidos políticos, chegou a
eleger deputados federais, deputados estaduais e vereadores por mandatos
consecutivos, sendo por isso, sempre entregue para este ou aquele grupo
político que, enquanto pode usufruir, o fez sem olhar os prejuízos moral,
econômico e financeiro que perpetuavam na empresa.
Comprava energia da geradora e não pagava.
Distribuía a energia que não pagava, para o consumo e não cobrava de todos e
isso foi criando um passivo que superou a todas as expectativas e, até mesmo
aqueles bem intencionados que por lá passaram, não tiveram força suficiente
para mudar o rumo da empresa que caminhava para a insolvência com o risco de
perder o que havia conquistado ao longo do tempo: servidores habilitados, a
admiração da população e a concessão de distribuidora de energia para todos no
Estado do Amapá.
A
dívida, além de crescer, estabeleceu uma confusão de avaliação que provocou
erros insanáveis na busca de solução para o problema que teve apenas um
preâmbulo sanado ao preço pago por um empréstimo de um bilhão e quatrocentos
milhões de reais.
Quando
os próprios funcionários perceberam que a federalização da empresa era uma
saída, já não havia tempo. A decisão demorou demais que foi decretada a
Caducidade da Concessão e a empresa transformada em uma prestadora de serviço
para a Eletrobrás, enquanto a Eletrobrás assim entender, providência que não
sanou a dívida da empresa que continua “por um fio”.
Uma das
saídas para quem comprou a energia mais cara do Sistema Nacional por falta de
condições comerciais para comprar mais em conta, cobra o preço pela maior
tarifa do mercado nacional, além de estabelecer jornadas mirabolantes para
cobrar os devedores do fornecimento e anunciar que na distribuição foram
identificadas falhas com desvio significativo de energia e, até, profusão de
“gatos” nas ligações.
A outra
empresa, a CAESA, anuncia que não arrecada o suficiente para pagar a folha de
pagamento. Os motivos são variados e a complementação é feita pelo
contribuinte, com recursos vindos do orçamento público estadual e, mesmo assim,
fornecendo água tratada para menos da metade da população e vendo, a cada mês,
o único sistema de coleta, transporte e tratamento de esgoto, diminuir a seu
índice de atendimento que já está menor de 3% no atendimento da população da
cidade de Macapá.
E mesmo
assim, as micros medições, feitas por hidrômetro, estão muito aquém dos pontos
ligados ao sistema por falta de medidores ou de quem os instale, fazendo
medição por estimativa e levando a índices próximos de zero o serviço de
acompanhamento.
Até
mesmo os projetos anunciados no final de 2013, quando governava o Estado Camilo
Capiberibe, até agora não foram concretizados, mesmo com os recursos, a fundo
perdido, obtidos no Ministério das Cidades, estando disponíveis para o
pagamento das empresas contratadas para a realização dos projetos executivos.
Essa
situação já está fazendo parte da agenda do Ministério Público que está pedindo
explicações para vários pontos do projeto, inclusive a falta de efetividade e o
descuido com a eficiência, este principio da Administração Pública.
Enquanto
isso a população passou a pagar a energia mais cara do Brasil, com indefinição
de quem será a concessionária, e passou a sentir as dificuldades de morar em
locais onde não tem água tratada e onde, também, não pode contar com poços
amazonas ou mesmo artesianos, pois, não raro, os lençóis freáticos estão
contaminados.
O
momento das duas autarquias é muito difícil e os papéis daquelas duas empresas
decisivos para melhorar a qualidade de vida da população.
É
preciso mudar esse quadro!
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