quarta-feira, 21 de março de 2018

As eleições de outubro e o eleitor amapaense


Rodolfo Juarez
Quanto mais se aproxima o dia das eleições regionais e nacional, mais se percebe que a responsabilidade pela esperada mudança no rumo do sistema político estadual e nacional depende do eleitor que, até agora, pacientemente espera pelo momento mais adequado para começar a sua participação no processo, antes do clímax que ocorre no dia 7 de outubro.
Até agora, a menos de 200 dias da eleição, os organizadores e fiscalizadores do processo ainda não colocaram os eleitores - os principais agentes -, no circuito deixando-os a imaginar, apesar de toda a situação nacional e local, que há pouco interesse na mudança nos resultados, pelo menos trocando parte daqueles que não apresentaram o que prometeram e até se meteram em enrascada das quais não conseguem se livrar.
Os mais acostumados com o processo é que veem as suas chances aumentarem quando percebem que serão pouquíssimas as novidades e a quantidade dos ingressantes no processo eleitoral é até menor do que noutros tempos sem as reclamações que são colocadas todos os dias em relação às dificuldades que a população enfrenta, para ver-se atendida pelos serviços que deveriam ser prestados, com excelência, pelo Estado.
Os que anunciam interesse em disputar o cargo máximo que estará em disputa em outubro de 2018, que é o de Presidente da República, são os mesmos que disputaram as eleições anteriores e que são apontados, muitas vezes reciprocamente, como responsáveis pelas dificuldades que o país atravessa nesse momento da eleição.
Essa mesma projeção pode ser feita para o Amapá, no caso da disputa para o cargo de Governador do Estado, quando as novidades são poucas e o número de candidatos deve ser menor nestas eleições, deixando a impressão que há dificuldades para renovação de lideranças e, com isso, todo o discurso da necessidade de encontrar novos rumos para a administração estadual, não motiva o aparecimento dessas novas propostas.
No âmbito legislativo, quando poderiam ser renovados dois terços dos atuais oitenta e um senadores, as perspectivas nacionais são pequenas com relação à renovação desse importante plenário. Os motivos são estruturais, tanto decorrentes da legislação, como do poder econômico partidário, além da permanente autoproteção levantada pelos legisladores no sentido de garantir vantagens na movimentação para o exercício das campanhas.
Na Câmara Federal, com 513 parlamentares, os projetos que poderiam mudar, com celeridade, o modo adotado atual são mantidos em “banhomaria” até o encerramento do mandato e, quando não renovado, esquecido nos escaninhos que a burocracia reserva quando o assunto não entra na lista do interesse imediato.
O eleitor amapaense manda para a Câmara Federal oito dos 513 formadores deputados federais e sempre com renovação significativa de nomes, desta vez não será diferente e nem por causa da crise ou da situação, mas pela regra estabelecida pelo eleitor local.
Para a Assembleia Legislativa do Estado do Amapá serão eleitos 24 deputados estaduais e pode ser aonde haja o maior índice de renovação, considerando o histórico recente que passaram a fazer parte do currículo dos atuais deputados estaduais.
A Assembleia Legislativa do Estado por estar mais perto é onde o eleitor está de olho, vendo detalhes e avaliando o comportamento de cada parlamentar, que também conta com os seus fies eleitores e seguidores, sempre dispostos a apresentar justificativas para cada comportamento.
Por tudo isso, e a pouco menos de 200 dias da eleição de outubro, não há perspectivas de mudanças que impliquem no surgimento de novas lideranças políticas ou estratégias inovadoras de administrar ou representar o interesse público.

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