Rodolfo Juarez
As
publicações especializadas estão, desde 2014, colocando o Estado do Amapá entre
os mais violentos do país e Macapá como uma das capitais mais violentas do
mundo.
Em 2017
a publicação do Anuário da Segurança coloca números que certamente deixaram
todo o sistema de segurança do Estado precisando dar explicações e,
imediatamente começar a modificar a estratégia até agora utilizada que,
definitivamente, não está dando certo.
O atual
secretário de segurança do Governo do Estado, o delegado Ericláudio Alencar,
não pode sozinho ser responsabilizado por todos os problemas. Antes, muito
antes de ele assumir o cargo já havia um histórico que precisava de narrativas
novas, que dependia de amparos que viriam, como prometido, da União e do
próprio Estado.
Logo
depois de assumir o cargo de Secretário de Estado da Segurança passou a
completar o conhecimento que já tinha da segurança pública do Estado, desde
quando delegado e depois, como deputado estadual. Tanto que apresentou em 26 de
fevereiro de 2017, o que chamou de “PROJETO DE CONSTRUÇÃO DO SISTEMA DE
SEGURANÇA PÚBLICA QUE IRÃO MIGRAR DA FONTE DE RECURSOS DO BNDES PARA A FONTE DE
RECURSOS FEDERAIS (EMENDAS DE BANDACA 100 milhões)”.
Do projeto
contavam a construção de 3 (três) quartéis para o Corpo de Bombeiro Militar do
Amapá; 6 (seis) quartéis para a Polícia Militar do Amapá; 4 (quatro) Ciosps e 4
(quatro) delegacias para a Polícia Civil; 1 (uma) nova sede para a SEJUSP; 1
(um) píer integrado dos órgãos de segurança pública, na Fazendinha; e 1 (uma)
politec em Santana.
Na
planilha apresentada havia projetos de engenharia concluídos, concluídos e em
fase de impressão, e três apenas em fase de conclusão. A projeção era que todas
as obras estivessem prontas até meados de 2018.
Perfeito
para o deputado que abria mão do seu mandato para atuar como gestor na
administração do PDT partido que escolhera para defender, deixando aquele
partido que lhe tinha dado o quociente para chegar ao cargo de deputado
estadual.
Com
essa infraestrutura e mais o aumento de contingente da Polícia Militar, da
Politec, da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiro, e o fortalecimento do sistema
de monitoramento e inteligência para a segurança pública, os índices de todo o
sistema melhorariam e a reeleição estaria garantida para o secretário e para os
aliados.
Nada
aconteceu como o planejado.
Os
recursos não forma garantidos e as obras, pelo menos uma das 20 (vinte), sequer
foi iniciada. Pior, os índices da violência cresceram e a sensação de
insegurança, por parte da população, aumentou a níveis jamais experimentados.
Seria
muito simples colocar a culpa no secretário Ericláudio Alencar, como, aliás,
alguns dos seus companheiros de gestão no Estado sugerem, entretanto, pelo que
se observa a questão é muito mais ampla. Ressalte-se que houve problemas até
com propriedade dos terrenos onde seriam construídas as obras que abrigariam
quartéis, ciospes, delegacias, etc.,
Mesmo
assim é preciso agir. As últimas mortes violentas aumentam, ainda mais, a
sensação de insegurança da população e, substituir agora o secretário, pelos
resultados prometidos e não alcançados, seria uma injustiça com o próprio
secretário e, se mantida a situação, sem qualquer resultado que venha alterar
as dificuldades que o sistema está atravessando.
A
segurança pública no Amapá é o suporte do cidadão e o contribuinte espera que o
tributo que paga seja bem utilizado para que dê resposta diferente da que está
recebendo.
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