Rodolfo Juarez
A
importância da navegação fluvial na Amazônia e especialmente no Amapá, não é
reconhecida pelas autoridades que parecem estar familiarizadas e satisfeitas
com o asfalto e tudo aquilo que pode definir as vias e rodovias que mapeiam a
cidade ou tornam essas cidades acessadas por veículos com roda e motor.
No caso
do Amapá, a navegação não serve se quer, para ser discutida nem mesmo nas
reuniões que nada decidem, mas projetam tudo conforme o ideal de cada um, sem o
compromisso de alterar o ambiente, possibilitando a melhoria na segurança das
pessoas e das riquezas de todos.
Até
mesmo as regras de navegação não são difundidas o suficiente para alcançar a
vontade daquele que, por obrigação ou função, sempre está navegando em
embarcações, algumas delas sem um projetista regularmente habilitado, e
construído sem a responsabilidade técnica de um profissional que conheça as
técnicas construtivas desse tipo de veículo.
A
fiscalização se restringe à habilitação dos tripulantes e, por temporada, à
capacidade das embarcações.
Itens
importantes como terminais, acesso aos terminais, definição de rotas, segurança
de passageiros e tripulantes, abastecimento de combustível, tipos de carga ou
definição de horário, não são, sequer cogitados, muito embora, todos os dias,
sejam registradas as chegadas e saídas de embarcações com carga e passageiro,
só passageiro ou só carga, atracando em pontos da orla, conforme a
oportunidade.
A
responsabilidade está nos entes federativos e seus formadores:
O ente
federal que não define as regras da navegação, não oferece curso regular de
formação superior para projetar e construir as embarcações que possam navegar
pelos rios da Amazônia sem os riscos atuais, não garante a segurança dos
passageiros e dos tripulantes que ficam a mercê dos “piratas” dos rios;
O ente
estadual que não dá as mínimas condições aos donos das embarcações, os
tripulantes e os passageiros, deixando-os à mercê do tempo, sujeito ao sol do
Equador ou tomando chuva enquanto esperam para embarcar ou enquanto correm
quando desembarcam. A construção de terminais de passageiro, carga e de
abastecimento de combustível precisam ser definidos.
O ente
municipal que, por consequência, não pode definir o acesso seguro aos terminais
e regular a atividade dos setores de serviço que podem ter, nesse modo
econômico, uma forma de desenvolver negócios.
No
momento aproximadamente duas mil embarcações se movimentam nos rios do Amapá,
chegando e saindo todos os dias, trazendo e levando riquezas, sempre sujeitos
aos riscos de uma explosão, de um alagamento, de um assalto e de um acidente,
já tendo a certeza de que não terá a mão do Estado que é pago para protegê-lo.
As
autoridades, os profissionais e aqueles técnicos que assumiram a responsabilidade
de trabalhar pela sociedade precisam encontrar uma forma de mudar esse quadro e
começar a projetar as condições que o sistema de navegação fluvial no Amapá
precisa.
Por
enquanto todos assistem passivamente a situação de agora deixando que esse modo
de transporte de carga e passageiros continue sem ter de onde sair, por onde ir
e aonde chegar.
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