Rodolfo Juarez
A
Federação das Indústrias do Estado do Amapá, uma entidade sindical de grau
superior, vive um dos seus momentos administrativos mais difíceis desde a sua
fundação no dia 14 de dezembro de 1990.
No
último dia 16 de março, uma decisão da Justiça Especializada do Trabalho,
depois de apreciar o competente processo judicial, resolveu anular a Assembleia
Geral Extraordinária da Federação realizada no dia 9 de janeiro de 2016, na qual
fora prorrogado o mandato da atual diretoria da entidade.
Depois
de anular os efeitos da decisão que prorrogou o mandato, a juíza titular da 1.º
Vara do Trabalho, em Macapá, deu o prazo de 60 dias para que fosse realizada
nos eleições e empossada a nova diretoria, isso até o dia 16 de maio de 2018,
sob pena de pesadas multas para a própria Federação das Indústrias e 15 pessoas
físicas que são réus no processo do RTOrd. N.º 0000730-60.2016.5.08.0209.
Mandou
ainda a magistrada, que fosse encaminhado oficio ao Cartório Jucá, onde teria
sido registrada a ata da assembleia geral extraordinária realizada no dia 9 de
janeiro de 2016, dando ciência da decisão e mandando que seja anulado o
registro, como também mandou oficiar a Confederação Nacional da Indústria dando
conhecimento da decisão tomada pela Justiça do Trabalho.
Desde o
começo do segundo semestre de 2013 que a Federação das Indústrias do Estado do
Amapá perdeu a confiança do Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria
(Sesi) e do Conselho Nacional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
(Senai) que fizeram a intervenção administrativa nos dois órgãos aqui no Amapá
e os mantém nessa condição até a presente data.
Apesar
de todo o esforço que possam fazer os interventores, eles não se comunicam com
os dirigentes dos sindicatos que estruturam a Federação das Indústrias do
Estado do Amapá (FIEAP) e não atendem as expectativas do setor industrial que é
o motivo da existência tanto do SESI quando do SENAI.
Os
programas dos dois órgãos ficam completamente fora de sintonia com o
desenvolvimento local e perdem a principal finalidade e para a qual existem que
é atender as necessidades de saúde, educação e lazer do industriário amapaense
(no caso do SESI) e da educação técnica (no caso do SENAI).
A
responsabilidade da situação em que se encontra a Federação é dos próprios
conselheiros, eleitos pelos sindicatos, com o fim específico de atuarem de
acordo com os interesses da Federação das Indústrias do Estado Amapá. Está
também com aqueles conselheiros a chave para as iniciativas para o
restabelecimento.
A
decisão tomada pela juíza do trabalho, titular da 1.º Vara do Trabalho, antes
de ser um prejuízo para a Federação das Indústrias é uma oportunidade para que
os próprios conselheiros comecem a trabalhar na recuperação administrativa e da
representatividade do setor industrial, reconhecendo a falta que as propostas
da Fieap estão fazendo para o desenvolvimento do Estado e o crescimento dos
setores industrias representados pelos sindicatos.
Agora é
importante que haja representatividade e que os conselheiros entendam que são
responsáveis pela direção que deve tomar a Federação e que o cargo de
presidente, como todos os da diretoria, devem estar atentos e obedientes aos
interesses das empresas industriais, fortalecendo ou alterando as políticas
públicas que são destinadas ao setor industrial do Amapá.
Os
conselheiros precisam encerrar esse ciclo que levou a Federação das Indústrias
do Estado do Amapá a servir a interesses que não os da política industrial para
o Estado, da Região Norte e do Brasil, tendo posição na Confederação Nacional
da Indústria que possam fazer crescer o setor no Amapá, criando emprego,
gerando renda e aumentando as perspectivas das empresas.
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