Rodolfo Juarez
Tanta
disputa, tantos discursos para não mudar nada. Tanto discurso e tantas
promessas para permanecer como está. A reeleição de Waldez Góes tem apenas uma
novidade – o vice.
Jaime
Nunes tem o compromisso de fazer diferente. De estabelecer relações mais
republicanas entre os poderes, especialmente entre a Assembleia Legislativa e o
Palácio do Setentrião.
A
população ainda não esqueceu o que falou e escreveu o vice-governador eleito em
2014, e que renunciou em 7 de agosto de 2018, 3 anos e 7 meses depois da posse.
Na Carta-Renúncia dirigida ao presidente da Assembleia Legislativa, Papaleo
Paes disse: “a sociedade não quer só discurso, quer sem dúvida ação, na
esperança de ser esse um país mais justo, solidário, compromissado com as
ideias de Justiça, do Direito, da Democracia, da Liberdade e da Cidadania”.
Na
conversa com a imprensa acusou secretários do Governo do Estado e que,
curiosamente, estavam sob a sua tutela ou sob a tutela do Gabinete do
Governador, do governo que integrava e responsável pela nomeação e exoneração
de cada um e de todos. Houve pedidos de apuração, nota de repúdio e desafios,
isso na cabine de comando do Governo do Estado, para depois tudo ser jogado
para “debaixo do tapete”.
Esses
episódios acabaram marcando e dando motivos para que fosse exigido um controle
mais efetivo no processo de gestão do Governo do Estado o que, provavelmente
não foi acionado porque se entrava no período reservado para a campanha
eleitoral e, como havia busca da reeleição pelo atual governador, esses assuntos
faziam parte daqueles considerados proibidos tratar no período.
A
definição do primeiro turno no Amapá não foi fácil. Um imbróglio sem tamanho
foi criado depois que o Tribunal Regional Eleitoral indeferiu o registro de
candidatura do candidato João Capiberibe, do PSB, e o recurso especial interposto
no Tribunal Superior Eleitoral que acabou originando decisão inédita e
“legislativa” alterando o caput art. 91 do Código Eleitoral que está em vigor.
Depois
do primeiro turno, quando foram definidos os adversários que disputariam o
Governo do Estado em segundo turno, a campanha eleitoral se encarregou doutros
problemas: primeiro com a espera por nove dias da definição de quem disputaria
o segundo turno com o pleiteante à reeleição e, depois, com as medidas
emergenciais das duas coordenações de campanha que não agradaram nem mesmo os
próprios candidatos.
Quando
os dois perceberam já estavam na última semana da eleição e os 11 (onze) dias
de campanha foram levados no sentimento e na raça pelos dois disputantes.
O
reflexo mais significativo foi o recorde de 22.88% apurados na coluna da
abstenção, deixando que apenas 77,12% do eleitorado decidissem. Foram 117.123
eleitores que deixaram de comparecer para votar, tal a falta de interesse que
alimentou a campanha no segundo turno. O número de eleitores que não votaram no
segundo turno (117.123) é quase igual ao número de eleitores do segundo
colocado no primeiro turno (119.500). Se somar com brancos e nulos, então...
A
diferença de menos de 20 mil votos entre o primeiro colocado e o segundo
colocado demonstra quão apertado foi o “placar”.
São
mais quatro anos do mesmo time que precisa de reforço e de objetivos definidos
e uma chance de tirar a crise do conjunto de desculpas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário