Rodolfo Juarez
As
eleições de 2018 estão marcadas pelas interpretações jurídicas que não são
entendidas pelos eleitores. Mais uma vez as autoridades da Justiça Eleitoral,
apesar de toda a sua imperialidade, estão encontrando dificuldades para
explicar para o eleitor, que deveria ser o protagonista de todo o processo, as
medidas tomadas e que foram modificadas induzindo esse eleitor a erro.
O
eleitor não tem que estar lendo o manual mutante da eleição para poder votar.
Tendo dificuldades para separar as propostas dos candidatos, algumas contrárias
aos seus interesses ou com nenhuma chance de prosperar, ainda ter que, no
momento do voto saber se o seu voto via para a “geladeira” ou vai ser contado e
totalizado.
Pois
isso aconteceu nas eleições de 2018, quando na véspera do dia da eleição, o órgão
responsável pela organização, soltou “nota de esclarecimento” que nada
esclareceu e ainda confundiu o eleitor que saiu de casa, enfrentou a fila,
votou nos seus candidatos e não teve o seu voto contado.
Essa é
uma grande decepção para o eleitor que é convocado, com ameaça de pena, para
comparecer à seção eleitoral e votar, não tendo o seu voto apurado ou, se
apurado, não contado e, pior, considerado nulo.
Que
culpa tem o eleitor dessa confusão toda que foi criada? Quem é o responsável
por essa mesma confusão?
Até
agora todo mundo alega que é vítima, que foi prejudicado, mas isso é
impossível. Em todo fato tem, no mínimo, as duas faces e, até agora apenas uma
– a dos prejudicados – está conhecida.
Onde
está a outra face desse fato? Esse fato é jurídico ou está nos limites dos
administradores do processo?
Apesar
do Amapá se constituir em um colégio eleitoral pequeno, para o eleitor
amapaense é o mais importante. É a partir dele que pretende escolher os seus
representantes e dirigentes e, mesmo com toda essa esperança aflorada ninguém
explica a decisão tomada de colocar milhares de votos em um “saco” e jogar no
lixo, se perpetuando na historio das eleições no Amapá.
O
elevado índice de abstenção nas eleições de 2018, que informou o total de
85.442 eleitores que deixaram de comparecer para votar, mesmo estando
habilitado, precisa ser considerado e estudado, sem partir da costumeira marca
da punição, mas de uma análise sociológica e que possa modificar, para melhor
esse resultado.
85.442
eleitores corresponderia a um segundo (e fictício) colégio eleitoral do Estado
do Amapá, menor apenas daquele do município de Macapá e sendo maior que os
colégios eleitorais, somados, de Amapá, Calçoene, Cutias, Ferreira Gomes,
Itaubal, Pedra Branca, Porto Grande, Pracuúba, Serra do Navio, Tatarugalzinho e
Vitória do Jari. Esses onze colégios eleitorais amapaenses, somados, totalizam
77.488 eleitores aptos a votar.
Parte
do total desta abstenção de 16,69% que é a maior dos últimos tempos no Estado
do Amapá, tem muito das decisões tomadas pelos organizadores, desde as aquelas
tomadas cautelarmente, até aquelas decisões “definitivas” modificadas
liminarmente por ministros do TSE.
O
eleitor precisa ser tratado melhor para que considere a obrigação de votar, um
dever prioritário.
Chega
de erros e de punições apenas para os eleitores. Os organizadores estão
acumulando muitas falhas.
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