Rodolfo Juarez
Sem
nenhuma atenção dos governantes durante os últimos anos pela manutenção do que
foi construído com muito sacrifico financeiro, mas com o objetivo de melhorar a
qualidade de vida da população, está indo, literalmente, “por água abaixo” o
que parecia um desafio vencido.
Alguns
trechos da orla de Macapá já podem ser considerados irrecuperáveis e terão que
ser completamente refeitos, tão crítica é a situação depois do rompimento da
estrutura que mantinha de pé a urbanização do local, que contava de rua
asfaltada com mão dupla, linha d’água, meio fio, calçada e balaustres de
proteção.
A
falência das estruturas facilita a solapagem do aterro e a fuga de todo o
material para a praia, primeiramente, depois para o leito do rio Amazonas para
ser carregado pelas águas para lugares não sabidos.
Esse é
o atual retrato da orla do bairro Cidade Nova que tinha ainda uma
infraestrutura de laser e que, agora, está completamente abandonado com a
vizinhança vendo a mudança de finalidade, que era centrado no lazer e no
turismo, para ser ocupada por viciados, principalmente em drogas, carregando os
demais vícios acessórios para o local.
A orla
do bairro Perpétuo Socorro, adaptada a um complexo pré-existente com um cais
precário para carga e descarga de mercadoria e, embarque e desembarque de
passageiros, com um píer avançado onde está instalado um posto de combustível
para o abastecimento de pequenas embarcações, também está precisando de
recuperação, principalmente no canal do Igarapé das Mulheres, principal coletor
de águas pluviais do bairro, que se encontra com a saída completamente
entulhada, precisando, urgentemente, de dragagem, mas ninguém sabe por onde
anda a draga que era usada para executar esse tipo de serviço.
Adiante,
em frente à antiga Residência Governamental, no local onde havia um campo de
futebol e que foi desativado em 2010 para que ali fosse dada continuidade ao
projeto do Parque do Forte, o espaço que fica em baixo das antigas arquibancadas
virou o local preferido para moradores de rua e recebeu o apelido indesejado de
“Cracolândia”.
Mesmo
sendo considerado o trecho mais completo da orla, o que fica entre o Trapiche
Elieser Levy, inclusive e a Fortaleza de São Jose de Macapá, uma das partes
mais frequentadas do Lugar Bonito, a situação é muito precária e instável, com
a falta constante da iluminação do próprio parque e a falta de manutenção no
sistema elétrico que está desativado e que era apoiado no balaustre de tubos de
ferro. O trapiche e seu bondinho é um capítulo da parte triste.
Entre
Fortaleza de São José e o Araxá o local ainda conta com alguma preservação, mas
já dá sinais de fadiga, principalmente nas partes construídas à base de madeira
e parafuso. O próprio Araxá precisa de atenção para que o projeto urbano
implantado ali continue cumprindo a sua finalidade.
Do
Araxá para frente, onde não foram construídos os muros de arrimo, a situação é
precária, muito embora haja um início de construção de um muro de arrimo que
nunca é concluído e que já foi objeto de anúncio de diversos secretários de
infraestrutura de variados governadores.
Se não
der a atenção que a orla da cidade de Macapá, desde o Canal do Jandiá, até a
Lagoa de Estabilização de esgoto sanitário, a população de Macapá, os visitantes
costumeiros e os turistas lamentarão a perda de um dos principais motivos que
levaram as pessoas admirarem tanto a orla da cidade.
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