Rodolfo Juarez
A
delicada situação dos serviços saúde pública que estão sob a responsabilidade
do Estado precisa de alento, de melhor interpretação e comprometimento
administrativo para que os pacientes e a própria população possa confiar nos
serviços de atendimentos no momento que mais precisam.
Os
avanços, principalmente ambientais, organizacionais e tecnológicos são muito
lentos e não estão conseguindo acompanhar a mão de obra que o próprio Governo
do Estado recebe preparada e que coloca à disposição da população.
Há um
desperdiço de talentos porque não há ambiente próprio para o exercício desses
próprios talentos.
O
Hospital do Pronto Socorro, porta de entrada geral de pacientes, está precisando
apresentar melhores condições para tratar as pessoas no momento em que estão
mais fragilizadas, precisando de apoio e atendimento para um caso inesperado e
que coloca em risco a vida de um da sua família.
O
próprio prédio do Hospital do Pronto Socorro, onde é feita a triagem dos
doentes e acidentados, não tem uma estrutura física adequada para o tamanho do
atendimento que a população mostra, todos os dias, que é preciso.
Crises
evitáveis e de ordem administrativa são anotadas todos os dias, como é o caso da falta de leitos que, de forma
precária e improvisada, deixa pacientes ocupando as macas das ambulâncias do
SAMU ou do Corpo de Bombeiros, inviabilizando os atendimentos que as equipes de
emergência precisam fazer à população.
O
atraso nos pagamentos dos serviços prestados por empresas fornecedoras de mão
de obra para os diversos hospitais da cidade é um assunto recorrente e que dá a
impressão que as questões não são tratadas com qualquer prioridade.
Outra
demonstração de pouco caso por parte da administração são os blocos em
construção na área do Hospital de Clínicas Alberto Lima. Ali, desde 2013, foram
iniciadas obras com prazo de conclusão previstos para 270 dias e que estão lá,
inacabados, há mais de 5 anos. O mesmo acontece com a ampliação do Hospital de
Pronto Atendimento Infantil, do Hospital da Zona Norte e com a incapacidade de
melhorar as instalações e os equipamentos das casas de saúde do interior do
Estado.
O
quadro de pessoal da Secretaria Estadual de Saúde é o segundo maior do Governo
do Estado, com um contingente de 6.973 funcionários que tem a seguinte
composição: 4.936 funcionários efetivos do estado, 813 funcionários efetivos
cedidos pelo Governo Federal, 1.089 funcionários contratados e 135 funcionários
desempenhando suas atividades em cargos de confiança. Representa 21,66% da
força de trabalho do Governo do Estado.
O valor
total, bruto, da folha de pagamento dos funcionários do Governo do Estado
lotados na Secretaria de Estado da Saúde é de R$ 44,7 milhões e representa
23,16% do total da folha bruta de pagamento do Governo do Estado.
Recentemente,
alegando déficit orçamentário, a secretária adjunta da Secretaria de Estado da
Saúde deixou a população do Estado muito preocupada e os funcionários da
Secretaria atentos quando informou que haveria necessidade de dispensar todos
os funcionários admitidos por contrato administrativo, o que corresponderia a
uma dispensa de 1.089 profissionais, entre médicos, enfermeiros e outros.
A
simplória solução apresentada estava no que chamou de redistribuição dos
funcionários efetivos, mesmo sabendo que entre os ameaçados de demissão estavam
233 médicos. Clélia Gondim, a secretária adjunta, não deu maiores explicações
sobre o tal plano de redistribuição.
Por
essas e outras se pode afirmar que a saúde pública não é prioridade do Governo
do Amapá.
Nenhum comentário:
Postar um comentário