Rodolfo Juarez
A volta
das comemorações da Semana da Pátria para a Avenida FAB traz lembranças, não
tão distantes, mas que sintetizam um tempo em que o Amapá tinha objetivos bem
definidos e escolhas bem claras dos estudantes.
Hoje
sem rumo ou se deixando guindar para lutas das quais é apenas um elo da
corrente, os estudantes não estão impossibilitados de passar as mensagens e de
dizer o que querem de melhor para o Amapá.
Nos
tempos de território federal a luta principal era pela emancipação política
gradual e que pudesse não destruir as conquistas, mas que aquelas conquistas se
alongassem pelo tempo, dando oportunidade para melhorar a qualidade de vida da
população e iniciar lideranças que, mas tarde, assumiram as responsabilidades
pela administração do Governo do Estado, das prefeituras municipais e apontaram
pessoas preparadas para o exercício do parlamento.
Ainda
hoje alguns daqueles participantes, que evidenciavam os seus objetivos, são
células vidas da política.
Os
alunos, principalmente do então ensino médio e curso científico, conquistaram o
direito de expressar-se conforme as suas convicções sem precisar ser monitorado
ou ajudado por quem quer que seja. Muito pelo contrário, convenciam as
autoridades que poderiam frear os discursos que tinham, naquela oportunidade, o
direito de expressar os seus pensamentos.
Daí era
comum requere a transformação do Amapá em Estado, apontando as vantagens que
isso poderia trazer para todos os pouco mais de 150 mil habitantes que tinha
Macapá, que via crescer a população com índices muito maiores que os atuais,
que são considerados elevados em comparação com o resto do Brasil.
A
contrapartida era o respeito ao pensamento, pois não agrediam ou representavam
uma facção, uma ideologia ou um partido político.
Hoje as
dificuldades levaram os estudantes a se juntar com aqueles que estão
satisfeitos com o status que o estado lhe oferece, tendo que enfrentar um
desemprego jamais visto e uma falta de perspectiva onde o setor público é a
tábua de salvação.
Como a
tábua de salvação tem dono, a salvação só será possível se o dono quiser, ainda
mais porque, ninguém está disposto a tomar conta, sem o consentimento do
“dono”, da tal tábua de salvação.
Mesmo
assim o desfile da Semana da Pátria juntou representantes e alunos do sistema
municipal, estadual e federal de ensino na “parada”, formaram com os militares
que, em maior número, mostraram a sua destreza e o seu preparo que deixaram os
estudantes com a imaginação solta, mas sem objetividade.
A
nostalgia ficou por conta da falta dos uniformes de gala dos alunos, exatamente
aqueles que inseriam responsabilidades aos pais de alunos que também usavam a
vestimenta que melhor tinham no guarda-roupa.
Uma
pena é que o desfile na Avenida FAB é uma situação extraordinária e que só é
realizado ali porque o Sambódromo não dispõe de laudo que indique que o local
seria seguro para o desfile.
O
Sambódromo, assim, entra na grande lista de prédios públicos do estado que
estão abandonados por falta de manutenção.
O
problema do uso da FAB, como alternativa para o desfile oficial, é que afeta
outros setores que precisam ser cuidados, como o acesso dos moradores da região
e a necessidade de desvio no trânsito, criando uma série de problemas para os
moradores daquela região e para os pacientes e acompanhantes dos hospitais que
estão na Avenida FAB.
As
mensagens dos alunos fizeram grande falta, no retorno do desfile para a Avenida
FAB, principalmente dos alunos do 2.º grau, que estão precisando esclarecer e
dizer o que querem para cada uma de suas escolas.
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