Rodolfo Juarez
O
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que, no dia 1.º
de julho de 2019, Macapá superou a marca dos 500 mil habitantes, alcançando o
total de 503.327 habitantes, a 22.º capital do Brasil em população,
apresentando uma Taxa Geométrica de Crescimento anual (TGC anual) de 1,96%.
Esses
números, segundo projeções feitas em 2010, estavam sendo esperados para depois
de 2020 e, por isso sendo considerado um violento impacto nas condições
estruturais da cidade e na qualidade dos serviços e do atendimento públicos
oferecidos à população.
As condições estruturais são sentidas
principalmente na oferta dos serviços de saneamento básico, com déficit
monumental na oferta da coleta e tratamento do esgoto sanitário, na oferta de
água tratada, na coleta do lixo domiciliar, no sistema de transporte público,
no serviço de drenagem de águas pluviais, na qualidade do sistema viário e,
entre outros, nas dificuldades para a implantação da necessária mobilidade
urbana, com a grande parte das moradias não tendo calçadas, meio fio e linha
d’água.
Com
relação aos serviços públicos oferecidos é significativo o déficit em relação
ao sistema público de saúde, onde não existe complementariedade necessária dos
serviços que começam no atendimento básico e alcança a média e alta
complexidade.
A
oferta de laboratórios de exames clínicos praticamente inexiste, delegando toda
a atividade à iniciativa privada que deixa os mais necessitados sem atendimento
o que é feito apenas nas campanhas ou por uma ou outra ação da prefeitura do
município.
Está
evidente que a cidade de Macapá precisa que seja elaborado e implantado um
plano de desenvolvimento urbano. No momento está se vendo a verticalização da
cidade sem a reserva de espaço de garagem para estacionamento e, na periferia,
a cidade sendo cercada por condomínios que são implantados sem os estudos para
o atendimento com transporte, serviços públicos e áreas próprias para o
desenvolvimento empresarial onde os moradores possam trabalhar.
O
sistema viário precisa ser avaliado, o exemplo está no que ocorre na Rodovia
Duca Serra e esse problema pode ser comparado com vários outros, principalmente
nos acessos com os bairros da zona norte e no gargalo do entroncamento para a
Universidade Federal do Amapá.
Macapá
também precisa definir áreas de expansão urbana. Nada indica que a cidade vá
experimentar uma nova lógica com relação a imigração de pessoas adultas e suas
famílias, isso quer dizer que a cidade vai precisar de mais sala de aula, mais
postos de atendimento de saúde, mais áreas para morar e de grandes modificações
no transporte urbano.
No
momento Macapá, principalmente por falta de oferta de serviços públicos como
saneamento básico, rendimento domiciliar, domicílios com internet, domicílios
de alvenaria, densidade domiciliar, entre outros indicadores, ocupa uma das
últimas posições quando o assunto destaca as melhores capitais para se viver no
Brasil.
As
eleições do dia 4 de outubro de 2020 não vão resolver nada disso. As atuais
condições que o orçamento público oferece são muito limitadas e, a simples
troca de prefeito não resolve. Um plano de desenvolvimento, muito trabalho e
disposição, sim! Então mãos a obra.
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