Rodolfo Juarez
Durante toda a semana que passou, de 4 a 11 de
maio, estive em Belém do Pará realizando exame complementares e de atualização
necessária, no Hospital Ophir Loyola e na Fundação Hemopa, objetivando manter
atualizados os procedimentos médicos para continuar ativo na lista única do SUS
para receber o rim de doador morto.
Desde novembro de 2024, quando fui habilitado na
fila de transplante, é decisivo estar atento a todas as necessidades orgânicas
que me permitem, na qualidade de paciente, estar ativo na lista única e ficar
na espera do telefonema da equipe médica PA - HOL - José Ricardo Tuma da Pon, chamando para
apresentar-me no Hospital Ophir Loyola e à equipe médica para o momento
esperado – o do transplante do rim.
O Estado do Pará tem
instalado e funcionando, cinco locais para transplante, sendo três em Belém, um
na sede do município de Redenção e um na sede do município de Santarém. Estou
listado para um dos locais sediados em Belém, no Hospital Ophir Loyola.
Controlar a ansiedade é um
das principais necessidades que o paciente precisa se preparar para enfrentar.
Para tanto é importante contar com a assistência de psicólogo, de nutricionista
e de assistente social.
Também é indispensável a
disponibilidade de uma cadeira de hemodiálise na localidade para onde o
paciente renal crônico se desloca. Sem dispor da cadeira de hemodiálise o
paciente não pode viajar, mesmo estando com consulta marcadas, local definido
para ficar, dinheiro para pagar hospedagem, transporte e alimentação.
São repetidas as negativas
de cadeira por parte das clínicas de hemodiálise em outros estado. Uma simples
consulta ao setor social de uma das clínicas de hemodiálise em Macapá, se pode
constatar essa realidade.
O paciente renal crônico não
pode deixar de fazer hemodiálise pelo menos três vezes por semana e, em regra,
quatro horas por vez. Por essas circunstâncias e com essa exigência orgânica, o
paciente renal crônico, residente no Amapá, acaba por não tendo tempo e morre.
A Constituição, em seu
Artigo 5º, caput, garante a todos os brasileiros inviolabilidade do direito à
vida e à igualdade. Direito que ao pacientes renais crônicos do Amapá não é
assegurado.
Mais uma vez registre-se que
o sistema de saúde do Governo do Estado do Amapá é um dos poucos, em todo o
Brasil, que não consegue desenvolver dois importantes programas do sistema de saúde,
muito embora, ambos financiados pelo SUS: o Programa de Transplante de Órgãos
e, em consequência, o Programa de Doação de Órgãos. Esse procedimento fere os
direitos humanos de todo o grupo de pessoas brasileiros que convivem com a
necessidade de um transplante.
Amanhã, dia 14 de maio, está
programada uma audiência pública na Câmara Municipal de Macapá, quando o
assunto será pontuado, em seus primeiros detalhes, no sentido de motivar os
dirigentes do Município de Macapá e, assim, enxergar os pacientes renais crônicos
que estão na Capital enfrentando grandes dificuldades, alguns vindos do
interior, não tendo onde ficar ou ficando em condições de extrema dificuldades,
desmotivando-o completamente e acelerando, involuntariamente, o processo de
desenlace da própria vida.
Essa cenário, que precisa
mudar, ainda resiste. Muito mais pela omissão do sistema de saúde local do que
pela falta de condições, técnica ou financeira, do próprio sistema de saúde do
Governo do Estado, trazendo o sofrimento ao paciente renal crônico em hemodiálise
e de suas familiares.
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