segunda-feira, 27 de junho de 2011

A DESCONFIANÇA

Rodolfo Juarez
Até agora está muito mal explicado a motivação que levou a equipe da vigilância sanitária do Município de Macapá a realizar as operações nas padarias dos principais supermercados da cidade de Macapá.
Depois dos aplausos da população com relação ao que havia sido “constado” no Supermercado Favorito e no Supermercado Yamada, o quase anonimato com relação ao Supermercado Fortaleza e nenhuma referência ao Supermercado Santa Lúcia, colocou em dúvida a seriedade das operações da vigilância sanitária do Município.
A nota pública, quase um pedido de desculpas do prefeito municipal, emitida pela Prefeitura Municipal de Macapá, deixou muito claro que os acontecimentos extrapolaram a razoabilidade da ação e deixaram que a desconfiança tomasse conta do fato.
Daí para frente os desencontros de informação e de informes emitidos pelos responsáveis pela vigilância sanitária do município e o prefeito municipal, tomaram conta dos espaços referentes ao assunto, com um resultado ruim para a administração pública municipal como um todo.
A reação dos donos dos supermercados foi forte. A pressão sobre o prefeito, vinda dos empresários do setor, também motivou reações que definiram o posicionamento da Administração.
A sugestão de que se tratava de uma operação orquestrada por interesses inconfessáveis ganhou corpo o que levou as autoridades da vigilância sanitária a oferecer resistência a entrar em confronto com o prefeito, tanto que as últimas notas ou servem para a demissão do comando da Vigilância Sanitária Municipal, pelo prefeito; ou, se fosse possível, a “demissão” do prefeito pelo comando da Vigilância.
Que ninguém pode, seja grande, médio ou pequeno empresário, fazer o que disseram os fiscais sanitários que os empresários estavam fazendo, isso é uma realidade e se estivessem fazendo tinham que ser punidos.
Mas, também, não podem os agentes da vigilância, sustentarem questões que não são reais, apenas para prejudicar a imagem de uma empresa e de seus donos. E se fizeram isso, eles merecem as punições com sumário afastamento do serviço público.
A população, principalmente a parcela cliente dos estabelecimentos que foram “visitados” pelos agentes públicos da vigilância, é a principal interessada em conhecer a verdade e aquela que tem o direito de ter um esclarecimento completo e dado pelo Município, pois, afinal de contas, tanto o prefeito como os agentes da vigilância sanitária têm os seus salários pagas exatamente por essa população consumidora e tudo deve ser feito em seu nome e para ela.
Os empresários, agora olhados com desconfiança, precisam recuperar a confiança que foi colocada em dúvida, ou ter provado, de forma inequívoca e dentro da lei, que estavam mesmo agindo contra as regras.
Também precisa ser restabelecida a disciplina, a hierarquia e, principalmente a confiança entre os agentes públicos, de forma a ser restabelecida a normalidade. O que não pode é pairar no ar a desconfiança que apenas trás, para a vigilância sanitária, órgão que tem uma missão especifica e importante no cuidado com a saúde pública, o sentimento de impotência da população que precisa ter nesses órgãos confiança completa.
Ficar como ficou, com todos duvidando de cada um e cada um duvidando de todos, deixa a população incomodada e insatisfeita.

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