sexta-feira, 24 de junho de 2011

NÃO SOMOS JAPONESES

Rodolfo Juarez
Até agora ainda estou procurando entender o que motivou o prefeito de Macapá e o governador do Estado a liberar os seus funcionários dos postos de trabalho para ficar em casa durante 4 dias desta semana.
E tenho encontrado dificuldade para entender devido ao discurso que, tanto o governador do Estado, como o prefeito de Macapá, fazem com relação às dificuldades que o Estado e o Município estão passando nesse momento, principalmente nas áreas financeira e de atraso de serviço.
Há uma clara falta de tempo para a Prefeitura de Macapá resolver todos os problemas das vias de Macapá, que irritam os condutores e provocam desabafos inusitados dos moradores.
Também há, da parte do Governo do Estado, alegações diversas que têm como justificativas o “curto espaço de tempo” que a equipe vem tendo para resolver “todos os problemas e que são muitos”.
Imagino até que se trata da ressaca do stress causado pelas negociações com os professores, tanto da rede municipal de ensino, como da rede estadual de ensino, onde os dirigentes sindicais foram competentes e souberam conduzir o processo, chegando ao ponto de obrigar modificações contidas em Lei, dispondo de prerrogativas antes só dadas aos deputados estaduais e ao governador do Estado, em legislar sobre matéria que altera os gastos do Governo.
Também pode ser pela vitória do Santos sobre o Penãrol, que deu ao time santista o Título da Lebertadores da América; ou mesmo pelo aniversário do prefeito, que transcorreu esta semana; ou mesmo para deixar os funcionários em casa, considerando que estão também estressados pelo que estão enfrentando para realizar o recadastramento.
Ou pode ser mesmo para liberar os funcionários para as festas de São João, afinal de contas, festa é festa e, como sabem, sempre resulta em cansaço.
O Estado que espere. Não vai ser por um final de semana prolongado que as coisas vão piorar.
Mas foi assim. Acredite se quiser!
As alegadas dificuldades foram para debaixo do tapete, os problemas ficaram sobre as mesas, esperando a segunda-feira, ou melhor, a quinta-feira, dia 30, quando iniciam as férias escolares e os recessos parlamentares e, na opinião de muitos, o governo ganha folga das críticas daqueles e destes.
Mas isso não resolve a questão das dificuldades que as administrações, estadual e municipal alegam enfrentar. Até que, da parte dos municípios, as alegações “descem” com mais facilidade; mas, da parte do Estado, são poucos os que aceitam as justificativas para a inação ou pouca ação, da gestão.
Fiquei certo que há mesmo uma grande diferença entre os japoneses e os amapaenses. Bata lembrar o que aconteceu, neste primeiro semestre no Japão e o que aconteceu neste primeiro semestre no Amapá.
Por lá, no Japão, os trabalhadores enfrentaram as dificuldades trocando os feriados, os dias de “guarda” e os finais de semana por ações públicas que focam a recuperação dos estragos causados pela natureza em diversas cidades japonesas. Essa decisão quase dobra o tempo reservado para a reconstrução.
Por aqui? Ah! Bem, por aqui... Sem novidades!
Mas você pode dizer: nós não somos japoneses!
E isso é verdade, realmente somos muito diferentes dos japoneses, e o pior é que ainda não encontramos o caminho de ida para qualquer lugar, continuamos andando devagar e em círculo. Até quando?

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